O personal trainer Lucas Rodarte, 28 anos, e a cientista ambiental Ana Paula Ferreira, 26, chegaram cedo à Unidade Básica de Saúde (UBS) número 1, da Asa Norte. Com a Caderneta da Criança em mãos, levavam o pequeno Javi para tomar as vacinas de rotina que estavam atrasadas. O menino tem 8 meses e já havia passado o tempo previsto da segunda dose de imunização contra a paralisia infantil e a terceira da pentavalente (que incluem tétano, hepatite B, coqueluche, difteria e meningite).
A distração do casal é reflexo do impacto que a pandemia trouxe ao cumprimento do calendário de vacinação das crianças. Por receio de se exporem ao contágio do coronavírus, muitas famílias deixam de ir às UBS, provocando quedas no atendimento. “Estávamos preocupados com o atraso e a desregularização do calendário do Javi, mas agora já está tudo em dia”, garante Lucas.
Autoridades de saúde, no entanto, alertam que o não cumprimento do Programa Nacional de Imunização (PNI) , principalmente nas vacinas previstas nos primeiros anos de vida, podem impactar no retorno do surto de outras doenças que estão controladas.
“A gente tem orientado os pais, informando que nosso atendimento é controlado, rápido e reservado, seguindo todos os protocolos de segurança. Não há o que temer”, informa a auxiliar de enfermagem Simara Penido Lousada, da unidade da Asa Norte. Lá, inclusive, a sala de vacinação tem acesso exclusivo e sem contato com o atendimento a pacientes sintomáticos respiratórios, que é o caso da covid-19.
Nesta época do ano, meses de outono que antecedem o inverno, as doenças mais comuns são as respiratórias. Entre elas estão os resfriados comuns, a gripe e a bronquiolite viral aguda. Esta acomete mais as crianças bem pequenas e costuma ser mais grave nos recém-nascidos prematuros e naqueles com doença pulmonar ou do coração
Vulnerabilidade
As crianças estão expostas a muitas doenças infectocontagiosas. Seja pelo sistema imunológico ainda imaturo ou por estarem explorando o mundo – colocando com frequência mãos e objetos na boca -, o fato é que elas estão mais sujeitas a contrair vírus ou bactérias do que os adultos.
Nesta época do ano, meses de outono que antecedem o inverno, as doenças mais comuns são as respiratórias. Entre elas estão os resfriados comuns, a gripe e a bronquiolite viral aguda. Esta acomete mais as crianças bem pequenas e costuma ser mais grave nos recém-nascidos prematuros e naqueles com doença pulmonar ou do coração. Assim, as crianças pequenas devem evitar contato com pessoas resfriadas e evitar lugares fechados e aglomerações. A lavagem nasal com soro fisiológico ajuda na desobstrução nasal.
De acordo com a médica da Referência Técnica Distrital de Pediatria da Secretaria de Saúde, Ivana Novaes, a automedicação deve ser evitada, com exceção daquelas para baixar a febre e as de uso habitual da criança, orientada pelo médico. “E, acima de tudo, manter o aleitamento no seio, oferecer líquidos e levar sua filha ou filho para vacinar. Nos dois primeiros anos de vida, principalmente, as vacinas são muitas, mas não podem ser esquecidas.”
Muitas outras infecções podem ocorrer nos primeiros anos de vida. Por isso é necessário que os pais estejam atentos para sinais como febre, abatimento, sonolência, vômitos, diarreia, tosse, manchas no corpo e falta de ar. As Unidades Básicas de Saúde estão capacitadas para atender as crianças caso alguns desses sintomas se manifestem.
A professora Aila Abigail, 33 anos, só esperou o filho Jyn completar 9 meses, esta semana, para vaciná-lo contra a febre amarela. Ela diz estar atenta ao cumprimento do calendário e não falhar nos prazos. “Minha filha Valentina, de 7 anos, também está em dia. Tê-los vacinados me deixa bem mais tranquila.”
Fonte: Agência Brasília