Duzentas mulheres moradoras de Santa Maria, do Recanto das Emas e do Riacho Fundo II foram beneficiadas pela campanha Fazer o Bem Tá na Moda, de iniciativa da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). A ação solidária começou na primeira semana de novembro, em um evento que mobilizou centenas de mulheres com independência financeira e motivadas a transformar a vida de outras mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Convidadas pela pasta, elas ficaram responsáveis por montar, individualmente, uma bolsa com produtos pessoais, em ótimo estado, como roupas, sapatos, acessórios, joias e bijuterias, que, normalmente, elas se desapegam nesta época de fim de ano. Cada uma dessas sacolas foi doada a outra mulher que teve a oportunidade de comercializar estes produtos e garantir uma renda extra.
As bolsas, todas confeccionadas por reeducandas da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), foram distribuídas em três eventos organizados pelo Grupo Cirandinha e pelo Instituto Proeza, entidades parceiras da Sejus, que trabalham com público feminino em situação de vulnerabilidade e ações voltadas ao empreendedorismo. O último deles, ocorreu neste fim de semana, durante o Brasília Trends Fashion Week (BTFW) 2025, o principal evento de moda do Distrito Federal (DF).
Na ocasião, 50 mulheres com deficiência ou mães de crianças com deficiência foram beneficiadas com um lote exclusivo. O evento também reuniu outras 50 mulheres moradoras de Santa Maria, que receberam a primeira remessa de bolsas, que compartilharam com o público os seus desempenhos em pouco mais de um mês.
Foi o caso de Maria de Fátima dos Santos, 56 anos, que subiu ao palco do BTFW usando um vestido de luxo, que era uma das peças que estava na sacola que recebeu. Vítima de violência doméstica, ela foi muito aplaudida ao comentar sobre como a campanha melhorou a sua autoestima e garantiu recursos para uma ceia de Natal mais farta este ano. “Eu fui a modelo do meu negócio. As roupas que usei, como essa aqui, me deixaram mais empoderada e mais linda e isso refletiu nas minhas vendas, que foi um sucesso”, disse.
Já Natasha de Araújo, 28 anos, mãe solteira de quatro filhos, disse que a iniciativa a ajudou a realizar o seu sonho de ser uma empreendedora de sucesso. “Eu sempre quis montar o meu próprio negócio. E essa bolsa me deu a ajudinha que eu precisava, para dar o meu ponto de partida de ser uma grande mulher no futuro”, celebrou.
Ação coletiva
Também neste fim de semana, 100 mulheres moradoras do Recanto das Emas e do Riacho Fundo II, que receberam as bolsas da campanha, reuniram todos os produtos doados e realizaram um bazar coletivo, chamado Brechó Entrelaçando Vidas, na sede do Instituto Proeza. Pela iniciativa, o lucro de todas as vendas será dividido, igualmente, entre as integrantes. A artesã Suzana Souza, 32 anos, comemorou a ação. “São só roupas lindas e a procura pelas peças está sendo muito alta”, exaltou.
Para a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, a campanha foi um sucesso, justamente porque ela enriqueceu o empreendedorismo feminino e a liberdade financeira de mulheres em situação de vulnerabilidade. “Nossa intenção, além de promover a sustentabilidade com essas peças circulando, é incentivar a autonomia financeira. E essa campanha teve um olhar muito particular: através da solidariedade, nós tivemos uma mulher empoderando outra. Por um lado, tivemos mulheres doando o novo, o bonito, o que tinha de melhor. E do outro, a determinação de mulheres que agarraram uma oportunidade para transformar suas vidas”, destacou Passamani.
*Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF)
Fonte: Agência Brasília