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Hospital conta com ambulatório odontológico especial para pacientes autistas

Na data instituída como Dia Mundial da Conscientização do Autismo, os direitos das pessoas que se encontram nessa condição – que afeta aspectos da comunicação, linguagem, comportamento e interação social – são lembrados no  Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Para tratar do tema, a equipe de odontologia do HRSM promove, na sexta-feira (5), às 8h, no auditório do hospital, um encontro sobre atendimento humanizado ao paciente com TEA. 

Consultas oferecem abordagem e atendimento diferenciado no ambulatório, que funciona às quartas, quintas e sextas-feiras | Foto: Davidyson Damasceno/IgesDF

“O tratamento é delicado e exige tempo e cuidado mais específico devido às particularidades desses pacientes”

Diego Sindeaux Figueira, dentista do HRSM

“Vamos trazer uma médica especialista nesse tipo de atendimento para repassar sua experiência e debater possibilidades”, antecipa a cirurgiã-dentista intensivista Ana Paula Araújo.” Queremos identificar o que pode melhorar ainda mais no serviço que já ofertamos”.

De acordo com ela, algumas vezes é necessário encaixar os pacientes com TEA em tratamentos mais urgentes. Em outros casos, o paciente deve ser encaminhado ao centro cirúrgico, onde será feito o planejamento de tratamento, que engloba o estudo de caso com toda a equipe de odontologia. A unidade possui um ambulatório de odontologia exclusivo para pessoas com deficiência onde 30% a 50% dos pacientes são autistas, alguns com deficiência múltipla.

Especificidade

“No paciente com TEA [Transtorno do Espectro Autista], o desafio é grande”, explica o dentista Diego Sindeaux Figueira, do ambulatório. “Muitos deles têm hipersensibilidade a som, luz, toque e sabor, que são coisas que temos em uma grande intensidade durante o tratamento odontológico. Por isso, é necessário ter um profissional específico para o atendimento a pacientes com deficiência, especialmente TEA.”

Para pacientes em que o manejo em ambulatório não é possível, o tratamento é feito sob anestesia geral ou sedação em ambiente de centro cirúrgico. “O tratamento é delicado e exige tempo e cuidado mais específico devido às particularidades desses pacientes”, detalha Diego. “A hipersensibilidade, a quebra de rotina e a dificuldade de comunicação têm que ser dribladas pelos profissionais. Isso leva tempo e técnica”.

Segundo o profissional, muitos pacientes com deficiência conseguem ter atendimento na Atenção Básica, pois possuem um manejo mais fácil ou nem precisam de manejo. Grande parte dos pacientes com TEA, porém, precisa ser encaminhada para o ambulatório – que, no HRSM, funciona às quartas, quintas e sextas-feiras. O atendimento é prestado por meio de encaminhamento via regulação de outras unidades ou casos que cheguem até o pronto-socorro odontológico do hospital. 

A seletividade alimentar é um fator determinante em alguns autistas. Como muitos pacientes possuem essa condição para alimentos doces, são mais propensos a desenvolver cáries – o que não ocorre com os que evitam o açúcar. “Alguns pacientes autistas possuem resistência em fazer a higiene bucal, outros não; então, cada caso é um caso, e é essencial disponibilizar cuidados específicos e de forma individualizada e humanizada para atender às necessidades odontológicas de pacientes com condições especiais”, resume o dentista.

*Com informações do IgesDF

 

Fonte: Agência Brasília

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