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Impa comemora 70 anos e quer maior aproximação com a sociedade

Maior aproximação com a sociedade é o objetivo principal da série de iniciativas que o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) está lançando para comemorar os 70 anos de fundação, que serão completados em 15 de outubro. Para marcar o início das comemorações, o instituto promove hoje (18), às 14h, a live “IMPA 70 anos: passado, presente e futuro”, que será transmitida na página do instituto no YouTube. Participam da conversa o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana, o diretor adjunto e coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), Claudio Landim, e os pesquisadores Artur Avila e Carolina Araujo.

“O Impa se tornou uma instituição conhecida da sociedade. Organizamos uma olimpíada (Obmep) que movimenta 20 milhões de crianças a cada ano. A gente tem acesso a essas crianças, às famílias, aos professores. É muito mais, a essa altura, do que um instituto de pesquisa e formação de pós-graduação”, disse Marcelo Viana à Agência Brasil.

A ideia é que a comemoração dos 70 anos não seja festa de um pequeno grupo, mas partilhada com a sociedade, afirmou. O aniversário será comemorado ao longo do ano, tentando atingir todos os segmentos que recebam impacto do trabalho do Impa. “Eu acho que posso resumir em três palavras: passado, presente e futuro”, acrescentou Viana. Os preparativos vão lembrar o passado do instituto, com homenagens a seus fundadores e antigos pesquisadores. “Você chega aos 70 anos e atinge uma maturidade, como o Impa atingiu, então deve comemorar as realizações que ocorreram nesse período, os nossos pioneiros. Esse é o passado, mas não é o nosso foco”.

Presente

O presente traz desafios mas, ao mesmo tempo, está cheio de coisas boas, destacou o diretor-geral. Em 2022, estão sendo retomadas as atividades presenciais. “É quase um voltar à vida”. A Obmep, da mesma forma, voltará a realizar solenidades de premiação. O programa de formação de alunos e professores também retorna ao formato presencial. Marcelo Viana informou que o Centro de Projetos e Inovação em Matemática Industrial, lançado no ano passado, já funciona este ano resolvendo problemas concretos da indústria, em parceria com empresas. O novo campus, cuja construção foi iniciada em 2021, vai avançar da mesma forma em 2022. Em razão da pandemia, o campus só deve ser concluído em 2024.

IMPA lança série de iniciativas para comemorar seus 70 anosIMPA lança série de iniciativas para comemorar seus 70 anos

IMPA lança série de iniciativas para comemorar seus 70 anos – ASCOM IMPA

Em relação ao futuro, Marcelo Viana disse que é preciso pensar como vai ser o Impa nas próximas décadas e qual contribuição ele pode dar à sociedade. “Isso significa apostar muito nos jovens, com programação voltada para eles, que ajude a desmistificar a matemática, a trazer pessoas – jovens e não jovens – para aproveitar a matéria”.

Em outubro, o Impa vai promover o Festival Nacional de Matemática, repetindo evento realizado em 2017 que, em quatro dias, atraiu cerca de 20 mil visitantes. O festival será na Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, com perfil  voltado para a sociedade e que trata a matemática pelo lado lúdico, como forma de entretenimento e lazer. 

Cientistas

Haverá ainda conferência científica, que começa dia 17 de outubro, com participação de prêmios Nobel de Matemática e ganhadores da medalha Fields, voltada para o público profissional da área. “Vai ser um ano inteiro com a visão de que o aniversário do Impa já não pertence só a ele, mas a toda a sociedade”.

Entre pontos importantes da história do Impa que serão lembrados durante o ano estão sua fundação, internacionalização, conquista da medalha Fields (considerada o prêmio Nobel da matemática) e a promoção do Brasil no Grupo 5 da União Matemática Internacional (IMU, na sigla em inglês). Será debatida também a ampliação da Obmep.

Com apenas duas pesquisadoras do sexo feminino e 41 pesquisadores, o Impa está consciente da necessidade de abertura para a diversidade de gênero, bem como outras diversidades. Para Marcelo Viana, é necessário criar mecanismos e atitudes que favoreçam a diversidade, particularmente no Impa. “Eu gostaria muito de dizer que batemos o recorde em presença feminina. Mas não é simples porque, em todo o mundo, a carreira científica na área de ciências exatas atrai pouco as mulheres”.

Segundo Viana, fatores socioculturais estão no centro dessa questão já que, em muitas casas, os meninos são mais incentivados a seguir carreiras de ciências exatas do que as meninas. Há uma perspectiva errônea de que mulheres são menos competitivas e análises como essa acabam influenciando as meninas quando vão decidir que carreira seguir.

Fonte: Agência Brasil

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