Aos 8 anos de idade, Davi Matos, sentia muitas dores nas pernas. Como os sintomas se intensificaram, a mãe, Jackeline Matos, 36, levou a criança a uma unidade hospitalar. Após a realização de alguns exames, a criança foi diagnosticada com sarcoma de Ewing, um tipo raro de câncer que afeta ossos e tecidos moles.
Davi, então, iniciou o tratamento no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) em janeiro de 2023 e, após dois anos e meio de quimioterapia e acompanhamento médico, entrou em remissão ー fase em que os sinais e sintomas diminuem ou desaparecem após o tratamento e a doença não é detectada por nenhum exame.
Davi Matos venceu o tratamento de sarcoma de Ewing no HCB e hoje a doença está em fase de remissão | Foto: Arquivo pessoal
“No HCB, me sinto segura. Eles cuidam de cada detalhe e acolhem as famílias com muita atenção. Tenho certeza de que essa dedicação fez toda a diferença no sucesso do tratamento do meu filho”, agradece Jackeline.
Referência nacional
Desde 2011, o HCB já realizou cerca de 8 milhões de atendimentos, incluindo consultas, exames e procedimentos. Por ano, a unidade diagnostica, em média, 220 novos casos de câncer infantil. Os tipos mais comuns tratados no hospital são leucemias e linfomas, que representam 43% dos casos, seguidos por tumores cerebrais, neuroblastomas, sarcomas de partes moles, tumor de Wilms, tumores ósseos e retinoblastoma. Com um índice de satisfação de 99,1% entre os familiares, o hospital mantém altas taxas de cura, chegando a 85% nos casos de leucemia linfoide aguda.
O acesso ao HCB ocorre pela Central de Regulação, priorizando casos suspeitos encaminhados pela rede pública. “Nosso compromisso é garantir um diagnóstico rápido e oferecer o melhor suporte às crianças e a suas famílias”, afirma a oncologista pediátrica e diretora técnica do HCB, Ísis Magalhães.
Diagnóstico precoce
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Jackeline Matos e Davi observaram os sinais de alerta e tiveram o diagnóstico cedo | Foto: Divulgação/HCB
No Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, celebrado em 15 de fevereiro, especialistas reforçam a importância de reconhecer os sinais da doença e buscar atendimento médico imediato. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 80% dos casos podem ser curados se diagnosticados precocemente e tratados corretamente.
Magalhães explica que, diferentemente do câncer no adulto, o infantojuvenil é originário, na maioria dos casos, de células embrionárias. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as chances de cura e menores os riscos de sequelas”, explica.
Sinais de alerta
Os sintomas do câncer infantil podem ser confundidos com doenças comuns da infância, o que exige atenção redobrada. Nos casos de leucemias, os sinais incluem palidez, manchas roxas pelo corpo sem explicação, febres recorrentes, falta de apetite e infecções frequentes. Já em tumores no sistema nervoso central, podem surgir dores de cabeça, vômitos matinais, desequilíbrio ao andar e alterações na visão.
“A criança não inventa doença. Os pais ou responsáveis devem observar mudanças no comportamento e levá-la regularmente ao pediatra”, orienta a médica.
*Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
Fonte: Agência Brasília