O som nordestino invadiu a Feira da Guariroba, em Ceilândia Sul, neste domingo (17). Repentistas animados, trio de forró e um grupo de teatro de mamulengo se apresentaram na feira, admirados por frequentadores que passavam por lá. Os eventos fazem parte do projeto Forró, Repente, Coco e Brincantes é o Nordeste Itinerante, apoiado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Uma iniciativa que visitará mais três feiras do Distrito Federal – em Taguatinga, Samambaia e Santa Maria.
Piauiense, o motorista Airton Carvalho, 51 anos, sentou em um banquinho do comércio e assistiu a todas as apresentações. Lembrou que este som “está no sangue”. “Meu pai era tocador de banjo, adoro isso tudo”, confessa. “Venho na feira todo domingo e acho que esses shows são uma forma de aproximar quem vem aqui. Nem todo brasiliense conhece a cultura nordestina”, lembra ele, morador de Ceilândia.
Vinte e oito feiras da capital estão sendo recuperadas, sob supervisão da Novacap. As da Candangolândia e da M Norte, em Taguatinga, já foram entregues à população. A do Núcleo Bandeirante, a mais antiga do DF, está em plena reforma com um investimento de R$ 8,4 milhões
Helena Aparecida, 51 anos, levou a filha, o irmão e a cunhada para o pequeno festival. Ela viu a divulgação do evento e seguiu para a Guariroba. Assistiram risonhos ao show dos mamulengueiros, do grupo Fuzuê. “Gostei muito. Acho que é uma forma de levar cultura para as feiras de Brasília. Minha filha pequena adorou”, ressalta. “A gente vem para comprar umas coisas, almoçar e ainda se diverte”, diz ela.
Um dos idealizadores do projeto, Francisco Antônio de Carvalho, conhecido como Chicão do Forró, é uma das referências culturais nordestinas na capital do DF. Músico, também já presidiu a Associação dos Forrozeiros do DF (Asforró). “Minha expectativa é que este evento fortaleça a nossa cultura nas feiras populares e forme novos públicos com espetáculos de qualidade e gratuitos”, destaca Chicão.
Recursos do FAC
“O importante também é essa interação entre o artista local e o público. Ainda mais depois desses tempos de pandemia onde eles não podiam trabalhar”, frisa o atual presidente da associação, Marques Célio. O grupo conta com 346 associados, entre forrozeiros, musicistas e simpatizantes. Segundo Marques, o projeto recebeu recursos da ordem de R$ 80 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura.
Feiras passam por modernização
Levar cultura e descontração é também uma ideia do governo para aumentar o movimento das feiras. Apreciadas por brasilienses de todos os cantos, diversas feiras populares recebem um investimento de R$ 27 milhões do GDF para reformas e modernização.
“A feira é realmente um polo de atração turística, tem um grande potencial comercial e é importante esse trabalho de manutenção”, opina o subsecretário de mobiliário urbano da Secretaria de Cidades, Cléber Monteiro. “Além disso, a feira é referência cultural. Apresentações nordestinas são a cara de Ceilândia”, acrescenta, lembrando que a cidade é onde existe a maior colônia de nordestinos no DF.
Vinte e oito feiras da capital estão sendo recuperadas, sob supervisão da Novacap. As da Candangolândia e da M Norte, em Taguatinga, já foram entregues à população. A do Núcleo Bandeirante, a mais antiga do DF, está em plena reforma com um investimento de R$ 8,4 milhões.
Serviço
Projeto Forró, Repente, Coco e Brincantes é o Nordeste Itinerante
Próximas apresentações:
Feira Permanente da QNL (Taguatinga Norte)
23/4 (sábado) – 10h
Feira da quadra 210 de Samambaia
24/4 (domingo) – 11h
Feira Permanente de Santa Maria
1/5 (domingo) – 10h
Fonte: Agência Brasília