Em entrevista ao GDF de Ponto a Ponto, podcast da Agência Brasília, nesta quinta-feira (21), o secretário de Meio Ambiente, Gutemberg Gomes, destacou as principais ações do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas à preservação ambiental. Em uma abordagem integrada, ele afirmou que a pasta tem intensificado e ampliado projetos na busca de equilibrar desenvolvimento sustentável, educação ambiental e inclusão social, consolidando políticas públicas inovadoras e de longo alcance.
Entre os principais assuntos abordados nessa linha, Gutemberg apontou o Complexo Integrado de Reciclagem do DF como um marco na política distrital de resíduos sólidos, com parcerias que incluem recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Central de Catadores e Catadoras, composta em grande parte por mulheres chefes de família. “A logística reversa permite que materiais como garrafas e latas retornem às indústrias, gerando renda e dignidade aos trabalhadores”, observou o secretário.
Além disso, o gestor comentou sobre a plataforma digital lançada recentemente pelo GDF para gerenciamento de resíduos com foco nos grandes geradores, caracterizados por empresas que produzem mais de 120 litros de resíduos. O sistema PGRS Digital identifica a quantidade e o transporte dos materiais, promovendo transparência e oportunidades econômicas. “No DF há mais de 100 mil empresas fazendo a comercialização de produtos. Não temos um inventário, então é uma maneira de organizar os planos de gerenciamento de resíduos sólidos à luz da política nacional”, afirmou.
Reflorestamento
Durante a entrevista, o secretário pontuou que o DF também avança em ações concretas de reflorestamento com foco na regeneração do Cerrado, bioma integral na região. Iniciativas como o projeto Tempo de Plantar mobilizam a sociedade civil para recuperar áreas degradadas e enfrentar os danos das queimadas.
Para o secretário, as ações de reflorestamento se tornam ainda mais necessárias diante das queimadas que ocorreram este ano no DF, unidade da Federação que conta com o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Ppcif). “Somos um dos poucos que têm dado atenção a esse tema do plano de incêndios de forma organizada. O Cerrado vai pegar fogo naturalmente, mas em incêndios de grande proporção a regeneração é mais difícil. Tivemos mais de 15 prisões relacionadas a queimadas criminosas este ano e muitos voluntários trabalhando no reflorestamento da Floresta Nacional de Brasília, então há um trabalho integrado sendo realizado”, detalhou.
Já em relação às energias renováveis, foram citados projetos como a 1ª Usina Pública de Energia Solar Fotovoltaica do Distrito Federal, que visa reduzir custos em 80 prédios públicos, gerando economia e investindo na redução de gases do efeito estufa.
“A conta de luz mensal da Escola de Música de Brasília, que será contemplada no projeto, é em torno de R$ 20 mil. Imagina o diretor recebendo de volta essa verba para aplicar na escola, com benfeitorias ou compras de equipamentos. Investir nessas políticas públicas é uma forma de otimizar o recurso público”, acentuou Gomes.
Entre outras ações da pasta, o gestor recordou a preocupação com a migração de espécies, incentivada por meio dos corredores de biodiversidade implementados pela Secretaria de Meio Ambiente – que são estradas naturais para que a fauna consiga se deslocar.
Sobre a criação de uma pasta exclusiva para proteção animal — chefiada por Ricardo Villafane —, o gestor reforçou a importância do bem-estar animal como parte da conservação ambiental. A iniciativa está alinhada à transversalidade com outros órgãos, ampliando o impacto das ações.
“É o cuidado que o governo tem com a causa animal, porque zelar pelo bem-estar animal significa cuidar do meio ambiente. E cuidar do meio ambiente é cuidar do futuro das novas gerações”, destacou o secretário.
Educação ambiental
No programa também foram citadas ferramentas como o Sistema Distrital de Informações Ambientais (Sisdia) e as câmeras de alta resolução usadas para monitorar incêndios florestais e orientar políticas públicas. Projetos como o Parque Educador e o Conexão Ambiental levam a conscientização para milhares de crianças e famílias, criando um ciclo de aprendizado sustentável.
“A tecnologia é uma aliada em que estamos apostando muito. Sendo bem-utilizada, ela faz a diferença. E apostamos principalmente na educação ambiental para o despertar da consciência cidadã. No Parque Educador, por exemplo, não são apenas os 4 mil estudantes que foram alcançados, mas também as famílias de cada um deles. Estamos trabalhando o futuro do meio ambiente”, declarou Gutemberg.
Fonte: Agência Brasília