O acolhimento psicossocial às vítimas de violência doméstica é mais uma ação de proteção oferecida pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O serviço, que é realizado por equipes multidisciplinares, é essencial para auxiliar as mulheres durante todo o processo, desde a conscientização do contexto de agressão e abuso em que estão inseridas até a superação ao trauma vivenciado pelo crime.
O DF conta com algumas ações que oferecem o amparo. Uma das principais ocorre nos Centros de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav). Ao todo, são 18 unidades na rede pública distribuídas nas sete regiões de saúde para atender vítimas de violência, principalmente, mulheres. Os endereços estão disponíveis no site da Secretaria de Saúde.
“É um serviço de porta aberta. Não é necessário que a mulher busque a unidade básica de saúde (UBS) e seja inserida no sistema. Ela literalmente pode chegar, porque atendemos a demanda espontânea”, explica a assistente social e chefe substituta do Núcleo de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Nuvap) Central da Secretaria de Saúde, Guaia Monteiro.
Os atendimentos também ocorrem por busca ativa. Eles são feitos por encaminhamento intersetorial, quando as redes pública e privada de saúde e outras secretarias do GDF que tratam do tema dirigem às vítimas ao acompanhamento no centro especializado. Só neste ano, os Cepavs realizaram 17.346 atendimentos a pessoas em situação de violência.
Atendimento especializado
As mulheres que buscam os centros são atendidas por uma equipe multidisciplinar, composta por assistente social, psicólogo, enfermeiro e médico. O primeiro atendimento consiste no acolhimento com escuta, em que a paciente falará sobre a situação que está enfrentando ou que já vivenciou. A perspectiva é biopsicossocial, para que sejam compreendidos os sinais e sintomas daquela violência na vítima.
“Esse atendimento biopsicossocial vai fazer a diferença, porque essas mulheres estão adoecidas do ponto de vista psíquico”, afirma a assistente social. “Fazemos esse acolhimento inicial em que abordamos o que motivou a pessoa a buscar o Cepav. Ela vai falar dos sinais e sintomas do processo de violência. Depois fazemos uma reunião de equipe para ela seguir para a entrevista psicossocial”, acrescenta.
Na segunda etapa, será abordada a rotina da pessoa. A partir daí, ela pode continuar com atendimentos individuais ou seguir para a abordagem em grupo. “O que a gente trabalha no atendimento, tanto individual quanto em grupo, é na nomeação e identificação do processo de violência. Isso vai ajudar as mulheres a perceberem e identificarem para ter a virada de chave, com a desculpabilização e interdição dos ciclos de violência”, informa Guaia Monteiro.
Ações para as mulheres
A assistência psicossocial também é encontrada no projeto Dia da Mulher, promovido toda primeira segunda-feira do mês pela Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF). A iniciativa conta com uma série de atividades voltadas para o público feminino. O apoio é feito pelo Núcleo da Mulher presente no evento. “As mulheres podem tirar dúvidas e falar sobre violência doméstica. Lá fazemos a orientação e cuidamos delas”, afirma a subdefensora pública geral da DPDF, Emmanuela Saboya.
Durante o evento, o órgão percebe que muitas mulheres acabam revelando casos de violência por sentirem ser um espaço mais leve. “Muitas mulheres se recusam a procurar as delegacias, entendem que estão levando para uma esfera de tomada de decisão mais concreta. Com a Defensoria, elas sentem ser algo mais reservado e com mais liberdade”, conta. Após os atendimentos, a DPDF já faz os encaminhamentos jurídicos e médicos das mulheres.
A próxima edição do Dia da Mulher será em 7 de agosto, das 8h30 às 17h, no espaço em frente à sede DPDF no Setor Comercial Norte (SCN), Edifício Rossi Esplanada Business, Quadra 1, Conjunto G.