Imagine como seria despertar durante o sono por conta de fortes dores de cabeça. É o que ocorria rotineiramente com a pequena Isabella Rodrigues, 8. “Eu chegava para buscá-la na escola e ouvia: ‘Minha cabeça tá doendo demais, mãe. Eu não estou aguentando’”, relembra a mãe, Jaqueline Rodrigues, 34.
O uso de analgésicos, que aliviam a dor momentaneamente, era algo corriqueiro para a família. A mãe e a avó de Isabella têm queixas semelhantes de cefaleia crônica. No entanto, não custava a tardar, as dores frequentemente retornavam.
Foi a partir do encaminhamento de um profissional do Hospital da Região Leste (HRL) que as moradoras da Colônia Agrícola Lamarão, zona rural do Paranoá, conheceram o serviço de homeopatia oferecido pela Secretaria de Saúde (SES-DF). Com poucos dias de tratamento, a menina, enfim, sentiu os sintomas desaparecerem. “Foi simplesmente maravilhoso. Um resultado tão eficaz, em tão pouco tempo, com algo que não faz mal porque não tem contraindicação”, enaltece a mãe, que pretende buscar também atendimento para si.
Os fundamentos da homeopatia baseiam-se na Lei dos Semelhantes, citada por Hipócrates no ano 450 a.C., na qual os semelhantes se curam pelos semelhantes; isto é, para tratar um indivíduo que está doente é necessário aplicar um medicamento que, quando experimentado em um homem sadio, apresente os mesmos sintomas que o doente apresenta. Esse princípio é parecido com o das vacinas.
Doses homeopáticas
Diferentemente da alopatia, que atua na inibição dos sintomas da doença, com a homeopatia, a medicação age sutilmente para restituir o corpo à sua forma padrão, conforme explica a referência técnica distrital em Homeopatia da SES-DF, Maria de Fátima Marquez: “Nossa intenção é contribuir para que o corpo funcione de forma equilibrada, em homeostase. A homeopatia não trata a doença, ela promove a saúde”, resume a profissional, que atua no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh).
Dessa forma, o tratamento homeopático busca compreender o indivíduo em sua integralidade. Na consulta, são realizadas entrevistas amplas, a fim de conhecer ao máximo o paciente que irá receber a intervenção terapêutica. As informações comportamentais são lançadas no “repertório homeopático” – instrumento utilizado para auxiliar na escolha do medicamento indicado a cada caso.
Integralidade do cuidado
A homeopatia é uma das 17 Práticas Integrativas em Saúde (PIS) instituídas na SES-DF. As PIS são reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas, que se referem a um amplo conjunto de práticas baseadas em teorias e experiências de diferentes culturas.
Essa compreensão admite que, além da biomedicina, existem outras formas fundamentais no cuidado integral em saúde, explica o gerente de Práticas Integrativas em Saúde da SES-DF, Marcos Trajano. “Essas práticas estão relacionadas à capacidade do indivíduo de promover o seu autocuidado e de fortalecer as redes que existem em seu próprio território.”
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
Fonte: Agência Brasília