Na segunda-feira (21), foi realizado, no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), o simpósio “Vamos falar sobre Sífilis?”. O objetivo do evento foi aumentar a conscientização sobre sífilis e sífilis congênita, sobre testagem rápida, sinais, sintomas, transmissão e prevenção, com ênfase na importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado para a doença.
“A conscientização sobre o tratamento e diagnóstico precoce da sífilis, especialmente em gestantes, é essencial para prevenir a sífilis congênita, uma doença 100% curável e prevenível. Como nosso hospital conta com uma maternidade e recebe muitos casos de mães infectadas e bebês com sífilis congênita devido à falta de tratamento adequado durante o pré-natal, é urgente destacar a importância da conscientização e do acompanhamento contínuo dessas gestantes. Assim, podemos proteger a saúde dos bebês e das mães, garantindo que a sífilis congênita seja evitada por meio de medidas eficazes e acessíveis”, explica a chefe do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NUCIH) do HRSM, Aldyennes Carvalho.
Durante o simpósio foram apresentados dados epidemiológicos sobre a doença no Distrito Federal, de 2019 a 2023, foram registrados no Sinan 12.639 casos de sífilis adquirida, 4.966 casos de sífilis em gestantes e 1.604 casos de sífilis congênita, incluindo abortos e natimortos.
Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 22 de agosto de 2024, a taxa de sífilis adquirida teve aumento de 77,5%, para 123,5% em 2023 . A média de casos da doença em gestantes também teve aumento discreto, a taxa era de 31,4 %, foi para 31,9% em 2023. Já a sífilis congênita variou de 6,% em 2019, depois foi para 10,7% em 2022 e em 2023 registrou 8,5%.
A maior prevalência da doença ocorre em pessoas entre 20 e 29 anos do sexo masculino. A segunda maior faixa etária afetada é entre 30 e 39 anos, mas o número de sífilis em idosos também tem registrado aumento nos últimos anos.
O número da doença em gestantes preocupa, pois o não tratamento durante o pré-natal ocasiona em altos índices de taxa de transmissão da sífilis congênita, contribuindo para o maior risco de abortos e natimortos. No HRSM, foram notificados em 2023 105 casos de sífilis em gestantes, 40 de sífilis adquirida e 73 de sífilis congênita, já em 2024, até o início de outubro foram 81 casos da doença em gestantes, 68 de sífilis adquirida e 61 de sífilis congênita.
A maior prevalência da doença ocorre em pessoas entre 20 e 29 anos do sexo masculino. A segunda maior faixa etária afetada é entre 30 e 39 anos, mas o número de sífilis em idosos também tem registrado aumento nos últimos anos
Segundo o infectopediatra do HRSM, Pedro Bianchini, praticamente toda semana, nas visitas realizadas no hospital, são identificados ao menos dois ou três casos para discussão de mães que foram para a unidade hospitalar com algum teste de sífilis positivo.
“É uma realidade bastante aguda e que a gente tem enfrentado diariamente. Habitualmente, a gente precisa classificar a exposição do bebê à sífilis. Essa criança é classificada como uma criança que vai receber o tratamento. Pelo fluxograma a gente encaminha essa criança para um acompanhamento no Ambulatório de Infecções Congênitas, que atualmente é feito no Hospital Materno Infantil (HMIB)”, destaca Bianchini.
Durante o simpósio houve a participação do gerente de áreas Programáticas de Atenção Primária à Saúde, Paulo Henrique Dias, que falou da importância das unidades básicas de saúde no combate e prevenção à sífilis.
“Na atenção primária realizamos o pré-natal de gestantes infectadas com sífilis, trabalhamos a prevenção por meio de educação em saúde, aconselhamento sexual, distribuição de preservativos e promoção de testes rápidos, além de fazer o diagnóstico precoce, o tratamento e acompanhamento desses casos nas unidades básicas de saúde”, informa.
O infectologista Marcos Davi fez a discussão de alguns casos com os participantes e explicou a conduta aplicada e em cada um deles. Já o infectologista Daniel Pompetti, explicou os diferentes testes para a realização do diagnóstico e que o tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde é a utilização da Penicilina Benzatina (benzetacil) em adultos.
*Com informações do IgesDF
Fonte: Agência Brasília