O Governo do Distrito Federal, por meio da Companhia Energética de Brasília (CEB Ipes), tem investido em iluminação pública em todo o DF. Em 2024, a empresa iniciou as licitações para compra de luminárias de LED, que já começaram a substituir as lâmpadas antigas de vapor de sódio (luz amarela) – só neste ano, foram compradas 122 mil unidades, com investimento de R$ 61,5 milhões. Com trocas já realizadas em algumas regiões, está em andamento licitação para a contratação de empresas que farão a eficientização, manutenção, substituição e outros serviços nas demais áreas da capital federal.
De acordo com o diretor técnico e de manutenção da CEB, Hamilton Guerra, atualmente o DF conta com 320 mil luminárias e 250 pontos de iluminação, cada poste podendo ter de uma a quatro luminárias. O diretor acrescentou, ainda, que nos últimos cinco anos foram trocadas em torno de 130 luminárias convencionais pelas de LED – apenas em 2023, foram substituídas 35 mil luminárias em Brasília. “A CEB deve investir, entre março de 2023 e março de 2027, cerca de R$ 220 milhões na troca de todas as luminárias por tecnologia LED, além da substituição de todos os quadros de comando velhos por novos, com de proteção IP66, que é muito mais robusto do que o que nós usamos hoje”, afirmou o diretor.
Entre os que notaram a nova iluminação em alguns pontos da cidade está o assistente acadêmico Gabriel Cezario, 22 anos, que passa pela L2 Sul todos os dias ao sair do trabalho, na parte da noite. “Sinto bastante diferença, porque o LED ilumina mais, não queima tão rápido igual as lâmpadas convencionais e também é melhor para o clima e para o ambiente, já que não polui tanto”, declara.
Para o consultor de investimentos Luciano Maia, 56, é uma troca que compensa muito nas áreas urbanas frequentadas pela população. “Eu entendo que uma das maiores vantagens seja realmente a economia de energia elétrica no longo prazo, uma vez que as lâmpadas incandescentes e outros modelos gastam mais calor e energia. A iluminação pública é essencial para a segurança da população. Quanto mais iluminado, menos chances de termos ocorrências policiais. Uma cidade iluminada é uma cidade segura”, acentua.
Roubo de cabos
Em paralelo aos valores investidos em operacionalização, a empresa também tem gasto recursos com reparos por vandalismo, acidentes e reposição de instalações. Em 2023, a CEB gastou em torno de R$ 8 milhões com esse tipo de serviço. Deste valor, R$ 1,6 milhão custeou a reposição de 90 km de cabos furtados. Em 2024, foram 57 km, um prejuízo em torno de R$ 1,2 milhão.
O diretor da CEB reforça que esses recursos poderiam estar sendo investidos na modernização da rede e na aquisição de mais luminárias. O gestor explica que geralmente os cabos são furtados para a utilização do cobre ou para venda como sucata, em ferros velhos.
“Isso acaba prejudicando toda a população, porque normalmente onde tem cabo de cobre há circuitos com muitos postes de iluminação ligados – e cada quadro de comando alimenta dezenas de luminárias. Então, quando o cabo é roubado, desliga vários pontos de luz ao longo da avenida. Se esses reparos não estivessem sendo feitos, estaria sobrando dinheiro para aplicar em mais eficientização e modernização dos circuitos. Mas a pior parte é que a população fica sem o serviço de iluminação pública”, observa Hamilton.
Entre os meses de janeiro e maio deste ano, a Polícia Civil registrou 847 ocorrências de furtos de fios ou cabos elétricos no DF. O número é 10,28% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando as ocorrências chegaram a 944 casos. O Plano Piloto é a região com mais ocorrências (297), seguida por Taguatinga (96) e Ceilândia (76). Para denunciar roubo de cabos, a população pode entrar em contato pelo 155, pelo aplicativo Ilumina DF ou pelo site da CEB.
Fonte: Agência Brasília