A Secretaria de Saúde (SES) possui um laboratório de diagnóstico de raiva que é macrorreferência para o diagnóstico da doença no DF, cidades do Entorno e nos estados de Rondônia e Tocantins. Criada em 1978, a unidade funciona junto às instalações da Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses.
“No Distrito Federal, o único caso da raiva humana foi registrado em 1978, como resultado bem-sucedido do Programa Nacional de Profilaxia da Raiva Humana. O último caso diagnosticado de raiva em cães foi em 2000 e, em gatos, em 2001. O vírus rábico circula no DF em quirópteros [morcegos], nos bovinos, equídeos e outros animais”, explica o médico veterinário e gerente substituto da Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses, Laurício Monteiro.
O laboratório é um local de biossegurança nível 3, com acesso permitido somente aos profissionais que lá trabalham e a pessoas autorizadas. Lá são realizados dois tipos de provas diagnósticas para detecção da raiva: a técnica da imunofluorescência direta e a prova biológica. “A Vigilância Ambiental de Zoonoses, além de cumprir seu papel de laboratório e canil de saúde pública, faz o diagnóstico do vírus da raiva em todos os animais suspeitos. Por isso, o Laboratório de Diagnóstico de Raiva não deve ser acessado por pessoas sem autorização”, reforça o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero.
Em seres humanos vivos, o diagnóstico é feito por meio de amostra da saliva, impressão de córnea, raspagem de mucosa de língua, de folículos pilosos e de líquor, material que é enviado ao laboratório Pasteur. Se for após a morte, é coletada parte do cérebro dessa pessoa para envio ao laboratório de diagnóstico de raiva da SES. No Programa Nacional de Profilaxia da Raiva, o objetivo é diminuir número de casos e óbitos pela doença. Os testes laboratoriais in vivo e post mortem podem ser feitos em todas as espécies.
Prevenção de novos casos
Voltado ao combate da raiva, o Programa Nacional de Profilaxia da Raiva Humana, do Ministério da Saúde, tem entre suas vertentes a campanha de vacinação antirrábica em massa de cães e gatos e internação e tratamento a paciente com diagnóstico de raiva.
A vacinação de cães e gatos e a vigilância de diagnóstico da raiva são medidas importantes de vigilância no controle da raiva. No programa, o laboratório de diagnóstico de raiva da SES faz a parte da vigilância laboratorial, que tem o objetivo de diagnosticar e identificar como está a circulação e a tipificação do vírus.
“Com o advento das campanhas de vacinação antirrábica de cães e gatos, somadas à vigilância laboratorial, eu posso afirmar categoricamente que o vírus não circula na população de cães e gatos do DF. Os tutores de cães e gatos devem levar seus animais para serem vacinados nas campanhas e em clínicas veterinárias, para manutenção do status livre da raiva”, explica Laurício Monteiro.
Junto à Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), as subsecretarias de Vigilância à Saúde (SVS) e de Gestão de Pessoas (Sugep) vão criar uma regulamentação para determinar os horários e dias úteis em que voluntários poderão contribuir com a Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses. As pessoas que forem autorizadas a apoiar atividades com os cães e os gatos no local deverão ter tomado a vacina antirrábica e apresentar comprovantes de exames de titulação da raiva, vacina da covid-19, caderneta de vacinação atualizada para adulto e seguro de vida, entre outros documentos exigidos.
Formas de transmissão
A raiva pode gerar uma encefalite aguda capaz de levar as vítimas ao óbito em praticamente 100% dos casos. A doença acomete todas espécies de mamíferos, inclusive seres humanos.
O vírus da raiva fica presente na saliva de animais infectados e é transmitido principalmente por meio de mordeduras e, eventualmente, pela arranhadura e lambedura de mucosas ou pele lesionada. Quando o animal está infectado, pode tornar-se agressivo, mordendo pessoas, animais e objetos, ou ficar triste, procurando lugares escuros. No caso dos cachorros, o latido soa diferente do normal, o animal fica de boca aberta e com muita salivação, recusa alimento ou água, apresenta dificuldade de engolir (parecendo engasgado), perde a coordenação motora e passa a ter convulsões, paralisia das patas traseiras (como se estivesse descadeirado), evoluindo para paralisia total e morte.
O que fazer ao ser mordido
Mesmo que o animal seja vacinado, é necessário lavar imediatamente o ferimento com água e sabão em barra, procurar uma unidade básica de saúde (UBS) e comunicar o fato à Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde pelo telefone (61) 2017-1342, ao Disque Saúde (160) ou pelo e-mail [email protected].
Não se deve matar o animal agressor, mas deixá-lo em observação durante dez dias, em local seguro, para não fugir nem atacar pessoas ou outros animais. Ele deve receber água e comida normalmente. Nesse caso, o animal deverá ser observado por um médico veterinário, para acompanhamento clínico. É importante verificar se apresenta algum sinal suspeito de raiva (alteração de comportamento). Caso não seja possível observar o animal em casa, deve-se encaminhá-lo ao canil da Gerência de Vigilância Ambiental Zoonoses (Gvaz), da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde.
*Com informações da Secretaria de Saúde
Fonte: Agência Brasília