Celebrado mundialmente, o Dia Internacional da Mulher reconhece as conquistas sociais, econômicas, culturais e políticas das mulheres, além de reforçar a luta contínua por direitos iguais e oportunidades. Na Secretaria de Saúde (SES-DF), a data tem um significado especial. Com mais de 70% do quadro de servidores composto por mulheres, não é exagero dizer que a força que move a pasta é feminina.
São mais de 23 mil mulheres atuando em todas as áreas da saúde. Reflexo desse quantitativo, muitos cargos de gestão e posições estratégicas são ocupados por elas, que lideram com visão analítica, enfrentam decisões difíceis e coordenam equipes.
Mais de 70% do quadro de servidores da Secretaria de Saúde é composto por mulheres – são mais de 23 mil atuando em toda a rede pública | Foto: Alberto Ruy/IgesDF
“A presença feminina na gestão da SES-DF tem crescido ao longo dos anos, refletindo a competência e a dedicação das mulheres na área da saúde”, aponta a diretora do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Marina da Silveira Araújo.
Servidora da SES-DF há 18 anos, a pediatra está à frente da diretoria do Hmib há seis. Engajada em garantir o melhor atendimento às mães e seus bebês, ela encara, como muitas mulheres, o desafio de conciliar a vida profissional e familiar.

“Valorizar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, bem como promover a divisão equitativa das demandas, é um passo essencial para fortalecer uma gestão mais humana e sustentável”, afirma a subsecretária de Saúde Mental, Fernanda Falcomer | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF
“Como gestora, preciso tomar decisões importantes diariamente, lidar com dificuldades administrativas e garantir que a equipe tenha todo o suporte necessário para oferecer um atendimento de qualidade”, conta Marina. “Ao mesmo tempo, sou mãe, esposa e tenho compromissos familiares que também exigem minha atenção e dedicação.”

“A presença feminina na gestão da SES-DF tem crescido ao longo dos anos, refletindo a competência e a dedicação das mulheres na área da saúde”, observa Marina da Silveira Araújo, diretora do Hmib | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF
Superando desafios
Atual diretora do Hospital Regional do Guará (HRGu), Gisele Cipriano Mota Sousa argumenta que, de fato, as mulheres enfrentam mais obstáculos do que os homens. “A liderança feminina traz consigo diversos estereótipos de gênero. Sinto-me extremamente realizada em poder contribuir como gestora, embora, vez ou outra, tenha que enfrentar situações machistas que tentam invalidar meu trabalho”, relata a médica, servidora da SES-DF desde 2017.

“Como gestoras, podemos gerar um impacto real na estrutura das organizações”, defende Gisele Cipriano | Foto: Arquivo pessoal
Inspiração
Uma das respostas para esses desafios, segundo Gisele, está na própria posição de liderança. “Como gestoras, podemos gerar um impacto real na estrutura das organizações”, afirma.
Anestesiologista da SES-DF há 23 anos e diretora do Hospital Regional de Planaltina (HRPL) há quatro, Keyla Blair de Oliveira concorda. Para ela, essa representatividade é capaz de inspirar, democratizar o ambiente de trabalho e promover diversidade de perspectivas.
“Fico extremamente feliz de ver a atuação feminina crescer em cargos de gestão. Nosso protagonismo está presente em cada setor, público e privado, e isso é muito significativo”, destaca.
Por mais igualdade
Nesse cenário, contudo, a diretora do Hospital Regional de Samambaia (HRSam), Elielma Almeida, ressalta que a igualdade de gênero ainda tem um longo caminho pela frente. “Salários maiores para homens em funções semelhantes às ocupadas por mulheres ainda são uma realidade em diversos setores. Além disso, na maioria dos casos, são as mulheres que assumem mais responsabilidades dentro de casa. E se dividíssemos essa carga entre os gêneros?”, reflete a gestora.
A resiliência e a capacidade de equilibrar diversas tarefas ao mesmo tempo são habilidades desenvolvidas desde cedo pelas mulheres. O cuidado é cobrado, a produtividade precisa crescer e alguém dentro de casa está sempre precisando de atenção.
Servidora da SES-DF há 33 anos, a secretária adjunta de Gestão em Saúde, Nelma Louzeiro, acredita que as mulheres são frequentemente mais cobradas que os homens. “Enfrentamos desafios diários, mas sinto que temos dentro de nós uma força improvável, que surge conforme somos colocadas à prova”, afirma.
Mesmo na força que cresce diante dos contratempos e das inúmeras responsabilidades, é fundamental que as mulheres reconheçam que não é preciso carregar o fardo de tudo sozinhas.
“Devemos ter a coragem também para estabelecer limites e delegar tarefas. Valorizar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, bem como promover a divisão equitativa das demandas, é um passo essencial para fortalecer uma gestão mais humana e sustentável”, orienta a subsecretária de Saúde Mental, Fernanda Falcomer, na SES-DF há 16 anos.
*Com informações da Secretaria de Saúde
Fonte: Agência Brasília