Após 30 dias no comando de uma das principais pastas do Governo do Distrito Federal (GDF), o secretário de saúde, Manoel Pafiadache, fez uma avaliação do primeiro mês de sua gestão. Segundo ele, o início tem sido de muita análise da situação e quais medidas precisam ser tomadas para melhorar a qualidade do serviço ofertado à população.
“As coisas estão começando a se normalizar, principalmente em relação ao processo de vacinação. Existe muito trabalho a ser feito. Estamos estabelecendo prioridades urgentes, sem perder a visão de médio e longo prazos. Buscamos fazer uma gestão efetiva e com entregas aos usuários”, destacou o secretário.
Cirurgias eletivas
Uma das prioridades de atuação é buscar soluções para as filas das cirurgias eletivas, represadas ao longo de mais de um ano de enfrentamento à pandemia da covid-19. A meta é alcançar os pacientes que aguardam há mais tempo por uma cirurgia e reduzir o tempo de espera.
“Neste mês de setembro, ampliamos as forças-tarefas e implantamos o terceiro turno de cirurgia. Os resultados positivos já estão aparecendo, mas ainda temos muito a conquistar”, indicou Pafiadache.
Entre as medidas tomadas para possibilitar esse avanço, estão a concessão de 10 mil horas de Trabalho por Tempo Definido (TPD), uma espécie de hora extra; o terceiro turno de cirurgias eletivas e a remobilização de leitos, antes destinados para atendimento a pacientes com covid-19, para pacientes não acometidos pela doença.
Este novo cenário começou a ser implantado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o Hospital da Região Leste (HRL) e o Hospital Materno Infantil de Brasília Dr. Antônio Lisboa (Hmib) também aderiram ao novo planejamento, neste mês de setembro.
A Secretaria de Saúde faz o monitoramento mês a mês e, no início do mês de outubro, divulgará os dados atualizados referentes ao mês de setembro, contemplando a lista de cirurgias e procedimentos realizados.
Outro ponto importante é o redirecionamento dos pacientes com covid-19 para os hospitais de campanha do DF. Antes da organização desse fluxo, as internações ocorriam em todos os hospitais da rede. Com o avanço da vacinação e redução dos índices de internações decorrentes da doença, especialmente em UTIs, foi possível fazer essa nova organização e liberar leitos dos hospitais regionais para, assim, avançar na realização de cirurgias eletivas.
Visitas técnicas
Um dos focos da gestão é ofertar uma assistência à saúde cada vez melhor e mais próxima do usuário. Para tanto, o secretário tem feito visitas técnicas a diversas unidades da rede para avaliar a situação de cada uma, conversar com os profissionais de saúde e verificar as condições de funcionamento.
As visitas iniciaram pelo maior hospital do DF. Na ocasião, Pafiadache foi ao Hospital de Base, gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). Outra unidade visitada pelo secretário foi o Hospital Regional do Gama (HRG). O intuito foi verificar os gargalos causados pela pandemia do novo coronavírus e montar estratégias para solucioná-los.
“Quero conhecer de perto toda a rede de saúde pública. As vistorias são importantes porque sempre descobrimos pontos em que podemos atuar imediatamente. Muitas das demandas do HRG são as mesmas de outros hospitais. Se conseguirmos solucionar os problemas dessa unidade, também vamos favorecer outros locais”, avaliou o gestor.
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) também recebeu a visita do secretário de saúde. Ele conheceu a Unidade de Queimados e verificou o funcionamento dos prontos-socorros, como o da clínica médica, que voltou, no início de setembro, a receber pacientes não-covid, após um ano e seis meses funcionando exclusivamente no atendimento a pacientes com covid-19.
Ainda no Hran, Pafiadache visitou o ambulatório, salas de exames e o almoxarifado, onde verificou a situação dos estoques de insumos.
Referência no atendimento de diversas especialidades médicas na Região de Saúde Sudoeste, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) também esteve no rol de unidades visitadas pelo secretário de saúde, que conferiu de perto as mudanças que estão sendo implementadas no local. O ambulatório passa por manutenção predial, o que possibilitará a ampliação do setor em cinco novos consultórios.
Com isso, o HRT vai dobrar a capacidade de atendimentos para primeira consulta na unidade de oncologia, passando de 65 para 130. Além disso, os serviços de manutenção e revitalização atenderão toda a área do ambulatório e outros setores.
Outros locais visitados pelo gestor foram o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e o Hospital Regional de Sobradinho (HRS), que passaram por incidentes no mês de setembro. No HRSM, gerido pelo Iges-DF, houve um princípio de incêndio que atingiu o subsolo da unidade. Já no HRS, foram dois incidentes na parte elétrica.
“Nós não estamos livres de intercorrências em nossos hospitais. Evidentemente que estamos com manutenção predial constante, mas elas podem ocorrer. O que interessa é a reação, para que não haja nenhum tipo de dano à saúde do nosso paciente”, destacou Pafiadache.
Fechando o primeiro mês à frente da Secretaria, nesta terça-feira (28), o secretário de saúde fez uma visita técnica a quatro unidades de saúde da região Sudoeste: UBS 7 de Samambaia, Centro de Atenção Psicossocial III adulto, Policlínica de Samambaia e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia.
497profissionais foram convocados para reforçar a rede pública de saúde, 100 em caráter temporário
“Vamos continuar visitando unidades da rede pública, conversando com profissionais das diversas áreas da nossa secretaria. Pretendemos identificar as necessidades da população, especialmente dos pacientes e de seus familiares, seja diretamente ou por meio dos jornalistas, com os quais vamos continuar nos reunindo todas as semanas, com o intuito de ouvir, prestar esclarecimentos e informações”, afirmou o chefe da Pasta.
Assistência
Porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), as unidades básicas de saúde (UBS) são essenciais para efetuar os primeiros atendimentos na atenção primária. No mês de setembro, mais uma UBS foi entregue para beneficiar os moradores da Região de Saúde Centro-Sul.
A UBS 5 do Riacho Fundo II vai dar cobertura para uma população de aproximadamente 28 mil pessoas. A unidade possui 2.143 metros quadrados de área construída e, inclusive, ganhou destaque no ArchDaily – o site de arquitetura mais visitado do mundo.
Para o secretário de Saúde, é uma grande satisfação entregar no início da gestão uma UBS considerada uma das maiores do Brasil. “Temos que atuar na atenção básica, pois é onde começam os atendimentos à população”, afirma.
Além da UBS, foi inaugurada em setembro a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ceilândia II, localizada na Expansão do Setor O. A construção das UPAs é de responsabilidade do Iges-DF, que também vai gerir as unidades.
A estrutura de Ceilândia vai atender 4,5 mil pessoas por mês e recebeu o investimento de aproximadamente R$ 6,6 milhões repassados pela Secretaria de Saúde do DF, dos quais R$ 5,4 milhões são em obras, R$ 1,7 milhão em equipamentos e R$ 535,5 mil em mobiliário.
Insumos
No sentido de buscar soluções urgentes para questões sensíveis como o abastecimento de insumos, o secretário de Saúde montou um gabinete de crise. O anúncio foi feito em entrevista coletiva realizada na última segunda-feira (27), na sede da Pasta.
“Diariamente, pela manhã, eu reúno todos os que se envolvem com os assuntos de compra, contratação e logística porque temos que apresentar resultados. A intenção é colocar todo mundo buscando soluções”, anunciou Manoel Pafiadache.
Reforço nas equipes
No início do mês, a Secretaria de Saúde ganhou o reforço de mais 497 profissionais para a rede pública de saúde, sendo 100 em caráter temporário. Os novos servidores foram chamados para atuar tanto em hospitais regionais quanto em unidades básicas de saúde, como também na área administrativa e em serviços técnicos.
Foram convocados, ainda, 131 médicos da especialidade clínica médica para atuar temporariamente no reforço das equipes nos hospitais da rede pública de saúde do DF. Os convocados foram aprovados em processo seletivo simplificado emergencial.
500agentes comunitários de saúde e 500 agentes de vigilância ambiental vão reforçar o trabalho de vigilância à saúde no enfrentamento à pandemia
Outro processo seletivo vigente é para a contratação temporária de 500 agentes comunitários de saúde e 500 agentes de vigilância ambiental. A contratação vai reforçar o trabalho de vigilância à saúde no enfrentamento à pandemia.
Também, cabe destacar a criação do Programa de Incentivo às Residências de Medicina de Família e Comunidade no âmbito da secretaria, o qual oferece complementação financeira à bolsa de residentes para que eles possam dedicar parte da carga horária (40 horas) no atendimento a pacientes nas UBSs, fortalecendo o atendimento de saúde na atenção primária do DF.
Vacinação
A campanha de vacinação contra a covid-19 continua avançando no DF e, nesta semana, atinge um importante marco: o início da vacinação de 12 anos. Dessa forma, a secretaria cumpre o planejamento técnico do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.
“Estamos cientes de que ainda faltam diversas pessoas para tomar a primeira e a segunda dose. O nosso compromisso é planejar e executar a vacinação a partir de 12 anos, conforme o protocolo do Ministério, e já estamos entrando em todas as faixas etárias previstas, para que possamos cumprir a cobertura vacinal junto ao país”, destacou o secretário de Saúde, em coletiva de imprensa.
Pafiadache disse, ainda, que a Secretaria de Saúde irá em busca do público que ainda não se vacinou no DF. “Vamos fazer uma série de medidas, juntamente com a subsecretaria de Vigilância à Saúde, para alcançar esse público, seja na área rural, ou criando pontos em locais específicos, como na rodoviária”, anunciou o general.
Ainda segundo ele, as medidas têm como objetivo alcançar pelo menos 90% da população vacinada na capital federal. “Isso é o mínimo. O ideal é que alcancemos 100%”, pondera.
Avaliação
Pafiadache disse ainda não estar satisfeito. “Não atingimos ainda o que pretendemos, como normalidade de suprimentos, de recursos humanos na ponta da linha, da diminuição das filas de cirurgias eletivas, que estão represadas. Estamos começando um trabalho duro, e vamos precisar avançar para conseguir normalizar o que for preciso”, enfatizou.
Ao fazer um balanço das ações e dos desafios encontrados, o secretário destacou, mais uma vez, a importância da atuação conjunta. “Prometemos ouvir os profissionais de saúde, das diversas áreas, acolher os apelos da população, mais especificamente dos pacientes e, principalmente, trabalhar muito, de forma planejada, organizada e em equipe, para que metas sejam alcançadas e a população possa ser contemplada com um serviço de saúde eficiente e de qualidade”, finaliza.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF
Fonte: Agência Brasília