Não bastava estar tossindo há alguns dias, Hugo, 6 anos, levou uma queda e apresentou sangramento nasal. O pai dele, Rogério dos Santos, decidiu levar o menino ao Hospital Regional do Guará (HRGu) na quinta-feira (20) e pensou que poderia ficar esperando por horas. Nada disso! Em menos de uma hora, saiu de lá cheio de elogios. “O atendimento foi super-rápido. A triagem foi muito bem feita. A profissional me tratou muito bem. Olhou nos meus olhos e perguntou se eu tinha alguma dúvida”, disse, satisfeito.
Classificado com a pulseira amarela, Hugo foi beneficiado pela rota rápida, novo procedimento iniciado no HRGu para absorver o aumento da demanda na pediatria. Pacientes classificados como de menor gravidade recebem pulseiras da cor amarela, conforme os critérios já preconizados, e seguem para a policlínica localizada na unidade, onde são atendidos por pediatras responsáveis pelas consultas eletivas. “A unidade tenta garantir atendimento a todos os pacientes que procuram o pronto atendimento do hospital”, explica a diretora do HRGu, Roshni Babulal. São cinco profissionais se revezando na rota rápida, de segunda a sexta-feira.
“A rota rápida é bem interessante para dar vazão e celeridade no atendimento aos pacientes menos graves”
Ronan Araújo, superintendente da Região de Saúde Centro-Sul
A medida também gerou elogios da autônoma Rosana Montalvão. O filho dela, Iago, 5 anos, chegou ao HRGu com dificuldades para respirar e, em uma hora, estava liberado. Asmático, ele é uma presença recorrente no pronto-socorro do hospital. “Meu filho sempre tem crise e eu procuro vir aqui. Gosto muito do atendimento”, conta Rosana.
Com o procedimento da rota rápida cuidando dos casos mais simples, os 14 profissionais da emergência pediátrica ficam focados nas crianças classificadas como laranja ou vermelho, por conta da maior gravidade. Além disso, houve a ampliação da capacidade de acolhimento, com mais cinco leitos extras na enfermaria e mais quatro na internação do pronto-socorro, totalizando 16 e oito, respectivamente. Há, ainda, um leito de suporte avançado na chamada sala vermelha, onde são recebidas as crianças em situação crítica. Em caso de necessidade, é feita a transferência para uma unidade de referência, como o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).
O superintendente da Região de Saúde Centro-Sul, Ronan Araújo, esclarece que em todo o Distrito Federal tem ocorrido um aumento da procura nas emergências pediátricas por conta das doenças respiratórias sazonais, uma tendência esperada para todo o primeiro semestre. “A rota rápida é bem interessante para dar vazão e celeridade no atendimento aos pacientes menos graves. O aumento da lotação não é só em virtude de pacientes graves. Vale ressaltar que os menos críticos também demandam atenção”, explica o superintendente.
Os hospitais regionais de Ceilândia, Taguatinga, Brazlândia e Paranoá, além do HMIB, também adotaram em 2023 a rota rápida na rotina de atendimento.
Atendimento em 175 UBSs
Os hospitais, contudo, não são a única porta de entrada para o atendimento das crianças. A rede de 175 unidades básicas de saúde (UBSs) oferece atendimento para aqueles que podem ser classificados com pulseiras azul ou verde, isto é, com um nível de gravidade menor. São casos mais simples, que podem ser resolvidos sem a necessidade de atenção hospitalar.
“Só se faz o encaminhamento aos hospitais nos casos em que são necessários exames de urgência ou um raio-X, por exemplo”, explica a enfermeira Vânia Ignez, da UBS 1 do Guará. Tosses, febre baixa e dores moderadas são casos que podem ser atendidos pela equipe multidisciplinar das UBSs.
No site da Secretaria de Saúde, é possível saber qual é a UBS de referência de cada cidadão a partir de uma busca pelo CEP da residência. Também há unidades com atendimento até as 22h, nos dias de semana, e aos sábados pela manhã.
*Com informações da Secretaria de Saúde (SES)
Fonte: Agência Brasília