O Viaduto do Sudoeste, elevado que liga a Via Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) ao Sudoeste e ao Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, foi inaugurado na manhã deste sábado (21) pelo governador Ibaneis Rocha em solenidade com descerramento da placa e da faixa seguida de um passeio ciclístico.
O Viaduto Engenheiro Luiz Carlos Botelho Ferreira, que liga a Via Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) ao Sudoeste e ao Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, vai beneficiar 25 mil motoristas diariamente; obra recebeu R$ 24,6 milhões de investimentos na construção | Foto: João Cardoso/Agência Brasília
A liberação do elevado, batizado oficialmente com o nome do engenheiro Luiz Carlos Botelho Ferreira, vai beneficiar mais de 25 mil motoristas. Foram investidos R$ 24,6 milhões na construção da obra viária pelo Governo do Distrito Federal (GDF), com financiamento da Caixa Econômica Federal.
Construído em trincheiras – ou seja, abaixo do nível do solo -, o viaduto tem quatro faixas de rolamento que permitirão ao motorista que deseja sair do Parque da Cidade em direção ao Sudoeste seguir direto para a Avenida das Jaqueiras, sem ter que passar por semáforos e retornos. O elevado também permite que a saída do Sudoeste e o acesso à Epig ocorram de maneira mais fluida.
“Quando nós começamos a construção, fomos muito questionados por alguns moradores aqui do Sudoeste. Mas sabíamos que estávamos no caminho certo, que era a construção do viaduto, que ajudaria muito o trânsito da cidade”, definiu Ibaneis Rocha.
O governador ressaltou que a área era conhecida pelo engarrafamento, principalmente, na região em frente ao Departamento de Polícia e na entrada do Parque da Cidade. “Hoje temos a passagem livre e isso vai ajudar muito aos moradores do Sudoeste, Cruzeiro e Octogonal”, acrescentou.
Ao lado da primeira-dama, Mayara Noronha Rocha, e da vice governadora, Celina Leão, o governador Ibaneis Rocha faz a entrega solene do Viaduto do Sudoeste | Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Ibaneis Rocha lembrou ainda que o viaduto na Epig integra outra grande obra, o Corredor Eixo Oeste, que terá uma extensão de 38,7 km para ligar as principais vias do Sol Nascente/Pôr do Sol ao Plano Piloto em 30 minutos. Atualmente, estão sendo construídos os corredores de ônibus na Avenida Hélio Prates e a ligação da Epig à Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e à Estrada Setor Policial Militar (ESPM).
“Nós vamos fazer essa interligação, melhorando a vida das pessoas que trabalham aqui no Plano Piloto, e que vêm todo dia e perdem muito tempo dentro desse transporte público. Estamos dando mobilidade. O Túnel Rei Pelé (em Taguatinga) já ajudou muito e a gente vem com obras interligando toda essa região”, avisou. “Temos certeza que estamos no caminho certo, fazendo as obras de mobilidade que são necessárias”, completou o chefe do Executivo.
Além da construção do viaduto com quatro alças externas, quatro internas (semelhante às tesourinhas) e os dois eixos que passam por cima, a obra conta com passeios e ciclovia, além da instalação de uma moderna rede de drenagem composta por bocas de lobo e galerias responsáveis pela captação e escalonamento das águas das chuvas. Também foi implantada a iluminação em LED e feito o plantio de grama para revestir as paredes das trincheiras para ajudar na drenagem das águas pluviais impedindo erosões.
Desde o início das obras, o complexo viário da Epig foi entregue por etapas a fim de mitigar os transtornos à população. A primeira inauguração foi em março de 2023. A partir daí, outras liberações foram sendo feitas para facilitar o fluxo no local até a inauguração do complexo viário inteiro neste sábado.
Um passeio ciclístico marcou a inauguração do trecho que integra uma das mais importantes obras de mobilidade, o Corredor Eixo Oeste | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
“Hoje é uma entrega completa do sistema viário com tudo, viadutos, calçadas, ciclovia e sinalização”, informou o secretário de Obras e Infraestrutura, Luciano Carvalho. “É um benefício muito grande para a região. Essa ligação aqui sempre foi motivo de muito transtorno, congestionamento e um entroncamento perigoso”, completou.
“A gente garante aqui com o novo viaduto e ao decorrer das outras obras na Epig o que precisa ser feito para desenvolver a estrutura de uma cidade com quase 3 milhões de habitantes”, acrescentou Carvalho ao citar o conjunto de viadutos que estão em construção na região. Um outro viaduto já está em fase de execução. A obra vai passar por cima da ESPM e será usada para quem vem da EPTG em direção ao Eixo Monumental.
Após a solenidade de entrega da obra, a estreia das faixas de rolamento abaixo dos viadutos foi feita pelo governador Ibaneis Rocha ao lado de autoridades e ciclistas profissionais e amadores. Em um passeio festivo, o comboio saiu da parte debaixo do elevado em direção à Praça do Ciclista, nas proximidades do Estacionamento 13 do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek. Já o trânsito de veículos tem previsão de ser liberado ao longo do dia.
Mais fluidez no trânsito
Um dos motoristas beneficiados com a entrega do viaduto é Revalino de Sousa, 79 anos. Morador do Sudoeste, o aposentado depende da via para se deslocar diariamente. “É uma obra maravilhosa, acompanhei o andamento dela quase que diuturnamente. O governador Ibaneis Rocha está de parabéns por entregar uma obra tão bonita, funcional e útil para a nossa comunidade”, afirmou.
A escolha do nome do viaduto foi uma homenagem a um dos mais importantes engenheiros do DF: “Luiz Carlos foi uma referência. Foi um grande engenheiro e o legado que ele deixa, não só da família, também para nossa engenharia e para a cidade, e agora está representado nesse viaduto”, disse o secretário de Obras, Luciano Carvalho | Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Também moradora da região, Leonor Aguena, 61, elogiou a qualidade e eficiência do complexo viário da Epig. “Foi uma excelente iniciativa: o trânsito vai fluir melhor e vai acabar com o engarrafamento. Essa obra vai facilitar muito a vida de todo mundo aqui; só temos a agradecer”, avaliou.
O servidor público Iran Soterro todos os dias deixa a Asa Sul com destino ao Sudoeste para trabalhar e lembrou dos transtornos. “O meu sonho era isso aqui, sair do parque direto para o Sudoeste. Acho que esse viaduto vai diminuir em 10 minutos no meu trajeto e vai ser muito bom para todos aqui da região, acabando com aquele tumulto de sempre. Essa área sempre foi um gargalo, então vai dar um grande alívio”, disse.
O administrador do Sudoeste/Octogonal/SIG, Reginaldo Sardinha, destacou a importância da entrega para os moradores das três regiões: “Vai melhorar muito porque desde a construção do Sudoeste e o advento das quadras 500 e 300, a questão do trânsito era um grande transtorno para os moradores. O viaduto vem para trazer um fluxo normal”.
Homenagem
As principais obras viárias do GDF têm homenageado personalidades da cidade ou que tenham relação com a capital federal. Depois dos complexos viários Governador Roriz (na saída norte) e Padre Jonas Vettoraci (em Sobradinho) e do Túnel Rei Pelé (em Taguatinga), o Viaduto da Epig foi batizado de Viaduto Luiz Carlos Botelho Ferreira.
A escolha é um tributo ao engenheiro civil e empresário, que morreu em 2018. “O nome que damos a esse viaduto é de um nome de um homem muito honrado e que trabalhou muito pelo Distrito Federal”, destacou o governador Ibaneis Rocha.
O secretário de Obras e Infraestrutura também destacou a importância do viaduto ter sido batizado em homenagem ao engenheiro. “Luiz Carlos foi uma referência. Foi um grande engenheiro e o legado que ele deixa, não só da família, também para nossa engenharia e para a cidade, e agora está representado nesse viaduto”, disse.
A solenidade contou com a presença da família de Botelho Ferreira. O filho dele Pedro Henrique Ferreira se mostrou bastante emocionado e disse ver semelhanças na obra com o viaduto criado pelo pai para ligar as W3 Sul e Norte. “Agradeço primeiro ao governador por prover essa obra e pela sensibilidade e generosidade em homenagear meu pai. Seus feitos foram muitos e sempre de forma anônima. Não fosse esse ato de generosidade do governador ao meu pai ficaria guardado apenas na lembrança de quem convivia e conhecia seus feitos”, definiu.