O Programa Conexão Cultura DF é voltado à qualificação, promoção, difusão e intercâmbio da arte e cultura produzida no Distrito Federal, tanto em nível nacional quanto internacional – feito para ampliar a circulação e a fruição dos agentes, bens e serviços culturais e criativos para fortalecer a cultura local.
Aberto a qualquer agente cultural que tenha Cadastro de Entes e Agentes Culturais (Ceac), válido no momento da inscrição, o projeto viabiliza a participação dos artistas em cursos, feiras e outros eventos.
As despesas para participar de eventos fora do Distrito Federal são custeadas pelo programa, como passagens aéreas ou terrestres, alimentação, hospedagem, taxas de inscrição (caso a participação de um evento cobre algum valor), seguros e transporte de instrumentos ou materiais de apresentações artísticas. Caso seja necessário despachar a bagagem, também é possível que esse valor seja custeado, apresentando a justificativa.
Ainda durante a viagem, novos convites podem ser feitos para participação em futuras edições. O edital é permanente e com um fluxo contínuo, ou seja, permitindo inscrições do início ao fim do ano, a depender da data em que o artista precisar do apoio financeiro.
Este ano, o recurso disponibilizado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para a utilização do Conexão Cultura foi de R$ 3.970.404. Esse valor é distribuído entre quatro linhas de atuação: circulação nacional, internacional ou mista; participação em eventos estratégicos nacionais e internacionais; promoção de plataformas e, com os artistas do Distrito Federal, intercâmbios de residências artísticas, técnicas de injeção cultural e cursos de capacitação de duração de até seis meses.
“A partir do momento que a gente possibilita o agente cultural levar o seu trabalho para outros locais, dentro e fora do país, fortalece e acredita no seu trabalho, estimulando que a cultura seja, de fato, difundida. Os agentes culturais podem contar com esse incentivo para se qualificar e promover o seu trabalho. Nossa missão é trabalhar para garantir políticas públicas, promovendo maior alcance cultural”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes.
Gastronomia do Cerrado
O chef Vinicius Rossignoli, por exemplo, esteve em Paris entre 18 e 21 de outubro, quando recebeu a condecoração como embaixador da cultura brasileira, pelo trabalho com a valorização do resgate cultural e sabores do Cerrado.
O título foi concedido pela Divine Académie, uma instituição francesa que promove a excelência cultural. Rossignoli foi o primeiro chef brasileiro a receber essa honraria. Ele afirma que, geralmente, participar de uma premiação não é simples, além de caro – especialmente quando envolve viagens internacionais e artistas que estão iniciando.
“Se não fosse pelo projeto, a viagem seria inviável. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal [Secec] tem feito um trabalho muito bacana com o incentivo e valorização dos agentes culturais do DF. Fizemos muitos contatos com embaixadas, e muitos interesses surgiram, o que nos coloca em boa posição para falar de Brasília, além da política. A cultura daqui é um universo a ser apresentado; então, compartilhar e receber conhecimento foi transformador”, declara o chef.
Para ele, o Cerrado é um bioma muito estratégico, rico em culturas originais do Brasil. Seus pratos, típicos da região, trazem um projeto de resgate e valorização cultural brasileira com ingredientes como pequi, baru, buriti, jatobá e araticum.
“Alguns dos ingredientes mais saborosos são daqui e passam despercebidos por nós. A principal função do chef é traduzir para as pessoas como trabalhar com os ingredientes da região e encontrar suas raízes. E o ingrediente principal é ter orgulho do que você entrega”, acentuou.
O Cerrado abriga uma das mais ricas biodiversidades do mundo, sendo ameaçado pelo desmatamento e pelas queimadas. De acordo com Rossignoli, a união entre meio ambiente e gastronomia se dá por meio da redescoberta de sabores, pois quanto mais as pessoas demandam esses alimentos, mais se recuperam áreas degradadas para produzi-los. “A melhor maneira de preservar e proteger é o consumo daquilo que é nosso”, reforça.
Fonte: Agência Brasília