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Reabertura da Sala Martins Pena gera expectativa entre a classe artística do Distrito Federal

As últimas apresentações culturais dentro das salas do Teatro Nacional Claudio Santoro foram em dezembro de 2013, um mês antes da interdição do espaço. Quase 11 anos separam a classe artística do complexo cultural. Toda uma geração de artistas surgiu sem nunca ter pisado no local. Por isso, a reabertura da Sala Martins Pena, que foi reformada na primeira etapa da obra promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), gera uma expectativa de aquecimento da produção local, que voltará a ter o Teatro Nacional como casa.

“A Sala Martins Pena é um dos principais teatros de Brasília. [O fechamento] foi uma perda horrível para a cidade e para a nossa classe”, lembra o ator e produtor cultural André Deca. “Voltar agora, depois de mais de 10 anos, é uma felicidade enorme. Estamos nesse período todo insistindo em fazer uma programação em Brasília, porque o teatro precisa de formação de plateia. Tendo esse espaço de novo vai facilitar bastante”, complementa.

O ator André Deca comemora a possibilidade de aumentar a formação de plateia do teatro brasiliense com a volta da Martins Pena | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

André Deca começou a carreira de ator dentro da Sala Martins em 1991 com o espetáculo Noite de Hotel, do diretor e dramaturgo Robson Graia. “Tenho a relação mais próxima e afetiva possível com a Martins Pena. É um teatro maravilhoso, em que fiz vários espetáculos como ator e como produtor. Brasília só tem a ganhar com essa reabertura. É um teatro muito simbólico. Todo mundo está muito feliz e com uma expectativa enorme para se apresentar na Martins Pena”, acrescenta.

Em 1983, quando tinha apenas 13 anos, a atriz Adriana Nunes, que integra a Cia de comédia Os Melhores do Mundo, encenou a peça Édipo Rei na Martins Pena. A partir daí, ela perdeu as contas de quantas vezes esteve nos palcos do Teatro Nacional, mas Adriana lembra bem que esteve entre os últimos artistas a se apresentar no local antes do fechamento, quando o grupo esteve com Dingou Béus, na Villa-Lobos. “Gostaria que nem tivesse fechado. É o único teatro nacional, é o teatro do Brasil. Ficamos sem casa. Sabemos que vários espetáculos deixaram de vir para Brasília. A cidade deixou de receber a cena cultural por causa do fechamento”, recorda.

Adriana Nunes: “Temos o fomento mais interessante do Brasil, então é muito bom que a gente tenha a nossa casa também”

Para Adriana, a reabertura vai movimentar o segmento, principalmente, local. “Acho que vai ser muito bom podermos ter esse espaço de volta. Não só para os espetáculos de fora, mas para os de Brasília. Temos o fomento mais interessante do Brasil, então é muito bom que a gente tenha a nossa casa também”, comenta. “Que todos possam usufruir desse espaço da melhor forma, que seja um espaço com toda a qualidade possível e que seja mantido assim”, deseja a humorista.

Produtor cultural, diretor cênico, iluminador e cenógrafo, James Fensterseifer é outro que se anima com o retorno do espaço, pela qualidade e estrutura da Martins Pena para receber diferentes manifestações artísticas. “É um teatro com um pé direito altíssimo, com varas que escondem vários cenários e coxias muito amplas, onde você pode ter espetáculos grandiosos. Outros teatros no DF são bons, mas nenhum faz isso. A reabertura vai agregar muita qualidade e dar condições de novas criações”, analisa.

James Fensterseifer destaca que o Teatro Nacional tem capacidade técnica de receber grandes espetáculos nacionais e internacionais

Ele lembra que o fechamento afetou bastante o segmento artístico. “O fechamento foi muito triste para nós, por ficar tanto tempo fechado. É um espaço nobre público, que tem livre acesso para os artistas de Brasília. Tive muita sorte de ter isso no começo da minha carreira, mas muitos artistas novos nunca tiveram contato com esse teatro e agora vão ter”, define Fensterseifer que produziu espetáculos de comédia e atuou como iluminador em festivais de ópera e de dança na Sala Martins Pena.

O subsecretário do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), Felipe Ramón, diz que a pasta espera que a reinauguração da sala reaqueça o cenário cultural do DF. “Esperamos que isso desafogue essa grande indústria de produções e permita com que as pessoas obtenham o sustento do Próprio ofício. A Secec tem várias maneiras de fomento e de incentivar, mas reconhecemos que é preciso oferecer um espaço de qualidade para essas linguagens. Esperamos que todas as linguagens se beneficiem dessa reabertura”, afirma.

Obra de restauração

O Teatro Nacional Claudio Santoro foi fechado oficialmente em janeiro de 2014 após descumprir normas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CMBDF) e do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT). Na época, foram enumeradas mais de 100 irregularidades.

A obra de restauração teve início pelo Governo do Distrito Federal em dezembro de 2022 pela Sala Martins Pena e seu respectivo foyer. A viabilidade da reforma só ocorreu depois que este GDF decidiu fracionar o projeto em quatro etapas.

Com investimento de R$ 70 milhões por meio da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), a primeira etapa consiste na adequação da infraestrutura para as diretrizes atuais, bem como a recuperação de uma das salas.

O GDF já anunciou que serão investidos R$ 315 milhões na próxima fase da obra. Os projetos das demais etapas incluem a Sala Villa-Lobos, o Espaço Dercy Gonçalves, a Sala Alberto Nepomuceno e o anexo.

Fonte: Agência Brasília

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