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Rede de apoio ajuda a mudar a vida de pacientes com alterações glicêmicas

“Mudou a minha vida.” É com essa frase e os olhos marejados que a aposentada Abadia de Melo, de 74 anos, resume a experiência que tem há dois anos como integrante do grupo de atendimento especial para pacientes com alterações glicêmicas na Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 da Asa Norte. “Graças ao que aprendi aqui, eu levo uma vida mais saudável. Mudei minha saúde só com a mudança do meu estilo de vida”, acrescenta.

O Brasil é o quinto país no mundo em incidência da doença, com cerca de 17 milhões de pessoas na vida adulta, considerada a faixa etária entre 20 e 79 anos | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

A diabetes, principal causa de alterações glicêmicas, é um dos maiores desafios da saúde pública brasileira. O Brasil é o quinto país no mundo em incidência da doença, com cerca de 17 milhões de pessoas na vida adulta, considerada a faixa etária entre 20 e 79 anos, enfrentando as consequência da síndrome – perde apenas para China, Índia, EUA e Paquistão. Até 2030, cerca de 21,5 milhões de brasileiros terão algum nível da doença, de acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF).

Na UBS, a idosa e outros vários pacientes, sejam eles diabéticos ou não, têm acesso a encontros quinzenais que ultrapassam o tradicional atendimento individual com medições periódicas dos índices glicêmicos. “É muito mais que o simples controle das taxas, é convivência e a coisa toda funciona como um grande grupo de terapia, em que os pacientes se conhecem e se ajudam”, avalia o servidor público Geraldo Gobitsch, 73.

Medição de índice glicêmico pós-prandial

Assim como Abadia, Geraldo também é participante de longa data dos encontros. Ele soube da existência da rede de apoio após uma consulta na unidade. “Há um ano, eu tive uma úlcera perfurada e precisei ser operado. Essa condição provocou o descontrole de todos os meus indicadores, como a glicose e a pressão arterial. E quando busquei atendimento aqui na UBS me indicaram esse grupo”, relata.

Estratégias

Na unidade, os encontros são liderados pela nutricionista Fernanda Farias e ocorrem quinzenalmente. Durante as sessões coletivas, os participantes recebem orientações especializadas sobre alimentação, compartilham experiências e aprendem estratégias para melhor gerenciar as alterações na glicemia.

Até 2030, cerca de 21,5 milhões de brasileiros terão algum nível da doença, de acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF)

“Trabalhamos em conjunto. É uma forma de resgatar aquela pessoa que não está conseguindo se tratar sozinha. A ideia é que não só os profissionais falem, mas os pacientes também; é compartilhar o saber e empoderá-los”, explica a profissional de saúde.

A nutricionista destaca que os encontros não ocorrem apenas na UBS 2 da Asa Norte, mas em toda a rede pública. “Esse trabalho de grupo de atividade coletiva existe desde o surgimento da atenção primária e nosso objetivo é atuar como um braço de apoio ao trabalho das equipes de médicos e enfermeiros que compõem cada unidade”, detalha.

Além do acompanhamento nutricional, os usuários de todas as UBSs também têm acesso a atendimentos com psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos e assistentes sociais.

Fonte: Agência Brasília

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