Utilizando o faro para detectar o que é imperceptível ao olho humano, os cães policiais são de suma importância na apreensão de drogas e na interceptação de explosivos, armas e veículos. No ano de 2024, o Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) foi fundamental em diversas operações de destaque, com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Câmara dos Deputados, além de missões humanitárias em apoio ao Rio Grande do Sul e a participação no Encontro do G20, que reforçam a relevância da equipe como referência nacional.
A atuação das equipes no último ano resultou na apreensão de aproximadamente 400 kg de substâncias ilícitas no Distrito Federal, sendo 395,318 kg de maconha, 2,2 kg de cocaína e 845 gramas de crack – além de cinco armas de fogo, sete armas brancas e dez veículos interceptados pelo batalhão.
Além disso, os caninos ajudaram os policiais em ocorrências que possibilitaram a captura de três infratores em mata, o cumprimento de sete mandados de prisão e 966 ordens de serviço e, ainda, a apreensão de 90 munições e 10 artefatos explosivos.
Uma das ocorrências de destaque foi na Rodoviária Interestadual, onde o grupamento interceptou e desativou dez granadas vindas do Rio de Janeiro, possivelmente destinadas ao Maranhão. A ação foi realizada em parceria com o esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Operações de destaque
Os cães policiais, também chamados de K9, foram utilizados para atuar em ocorrências relacionadas aos atentados ao STF no dia 13 de novembro de 2024, como a explosão do carro do autor dos crimes na Câmara dos Deputados, na mesma data.
O subcomandante do BPCães, major George Alberto Melo Rocha destacou que a atuação dos caninos foi essencial em diversos momentos, como em Ceilândia, onde a indicação do K9 Eros apontou a presença de explosivos em um armário. Isso permitiu que o robô fosse utilizado, evitando a baixa de um policial, visto que o artefato estava engatilhado e explodiu assim que a máquina abriu a porta com a indicação positiva do cão.
“Nossa equipe foi a primeira a chegar ao veículo em chamas com explosivos no estacionamento, conseguimos apagar o fogo e evitar que outros explosivos fossem acionados. Também realizamos uma varredura na área e localizamos artefatos de fabricação caseira, incluindo na residência do cidadão em Ceilândia”, detalhou o major.
Cursos e apoio interestadual
Os cursos especializados na detecção de substâncias, armas e na busca por odores específicos também fazem parte do cotidiano do segmento da PMDF. Em 2024, a equipe do BPCães promoveu o Curso de Detecção de Substâncias, recebendo alunos de quatro estados, formando 30 novos operadores de detecção e demonstrando o reconhecimento nacional da técnica desenvolvida pela corporação.
“As demandas só aumentam e, com isso, intensificamos o treinamento e a capacitação dos policiais. Tivemos operações de busca por suspeitos em áreas de mata, contando com cães especialistas nesse tipo de missão”, ressaltou o subcomandante do batalhão.
O ano também foi marcado pelo envio de equipes do BPCães para compor a força-tarefa da PMDF na missão de ajuda humanitária aos desabrigados em razão das enchentes no Rio Grande do Sul, onde as ações abrangeram buscas, salvamentos e manutenção da ordem pública por meio do combate à criminalidade. “Foi uma contribuição de apoio naquele momento de extrema dificuldade de toda a população rio-grandense”, frisou Rocha.
Trabalho contínuo e novos integrantes
E o trabalho dos agentes por meio dos cães é contínuo, com diversas operações já feitas em 2025. No dia 15 de janeiro deste ano, o BPCães apreendeu 400 comprimidos de ecstasy e quatro porções de maconha na Rodoviária Interestadual de Brasília. No dia seguinte, a cadela Zaira localizou diversas porções de maconha no Guará em apoio a PMDF. Neste mês, o Batalhão de Cães também interceptou um veículo irregular no dia 19 e um foragido na Ceilândia no dia 21.
Uma nova ninhada de filhotes chegou no batalhão há cerca de duas semanas, da qual três filhotes com aproximadamente 60 dias passam pela pré-avaliação dos policiais para se tornarem cães policiais e, se aprovados, reforçarem a equipe que integra a BPCães futuramente.
“São três machos que chegaram com bastante disposição, agora vamos ver se eles estão aptos a se tornarem cães policiais. É um processo seletivo rigoroso e bem específico, temos bastante cuidado no manejo de filhotes para conseguirmos aproveitá-los ao máximo para que possam servir a população do Distrito Federal com qualidade”, reforçou o major Rocha.
Fonte: Agência Brasília