A febre maculosa tem ganhado destaque nos noticiários. Em atenção aos recentes casos fatais da doença contraídos em uma festa no interior de São Paulo, em que houve a presença de brasilienses, o Governo do Distrito Federal (GDF) adotou medidas preventivas diante da epidemia registrada. O último caso suspeito no DF foi em 2019, com provável contração da doença em outro estado.
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2007 e janeiro de 2023, não houve nenhum óbito provocado pela febre maculosa no DF. Neste mesmo período, também não houve nenhum caso confirmado da doença no DF. De acordo com o biólogo da vigilância ambiental da Secretaria de Saúde (SES), Israel Moreira, Brasília não é uma área endêmica para doenças transmitidas por carrapato.
“O principal vetor transmissor da febre maculosa é o carrapato do gênero Amblyomma. A doença que ele pode transmitir é mais comum, mais prevalente nas regiões Sul e Sudeste, com alguns casos registrados também no Nordeste”, pontuou.Apesar de Brasília não ser considerada uma área de risco para a febre maculosa, desde o dia 2 de junho, os agentes da SES atuam em um novo mapeamento de possíveis áreas de risco.
Prevenção
Não há vacina para prevenir a contaminação de febre maculosa. Todavia, há cuidados que podem diminuir a ocorrência de carrapatos em um ambiente. A maneira mais eficaz de controlar a presença desses aracnídeos é manter a vegetação aparada, principalmente durante o verão — já que o carrapato depende de boas condições para sobreviver e, com a roçagem, este ciclo é interrompido em até 99% dos casos.
As pessoas devem evitar transitar em locais propícios à presença de carrapatos, como ambientes próximos a corpos d’água (rios e lagos, por exemplo). Esses locais costumam ser visitados por vários outros animais, o que pode favorecer a disseminação de carrapatos na vegetação.
Recomenda-se andar em calçadas ou em locais asfaltados, e não pelas gramas. Ao frequentar parques, por exemplo, o visitante deve tomar alguns cuidados para se prevenir.
“A gente recomenda que utilize roupas compridas e claras — para localizar facilmente um carrapato andando pela roupa — e sapatos fechados. O uso de repelente apropriado pode ser uma boa medida adicional. É importante que se vistorie o corpo a cada hora”, detalhou o biólogo Israel.
Recomenda-se também manter em dia o controle carrapaticida nos pets, tendo em vista que eles podem ser picados e contaminados com a doença. Além disso, manter o pet sempre na guia impede o acesso a locais infestados.
Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno