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Acessibilidade: Justiça do Amapá capacita servidores na Língua Brasileira de Sinais

A Turma do curso “Libras: Formação para Iniciantes”, promovido pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), por meio da Escola Judicial, realizou a gravação de um vídeo/glossário sobre termos jurídicos que está disponível no Portal e nas redes sociais da instituição. A gravação do Glossário em Libras foi um exercício para os alunos, mas também proporcionou ainda mais acessibilidade aos conteúdos, traduzindo o “juridiquês” para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), mas também estimulou servidores a conhecer um pouco mais sobre esta iniciativa de acessibilidade.  A gravação, realizada na tarde de quinta-feira (23/11), contou ainda com uma cerimônia com a presença do desembargador-presidente Adão Carvalho.

Acesse o vídeo

Segundo o desembargador-presidente Adão Carvalho, fornecer esta formação é uma obrigação do Poder Judiciário por proporcionar a acessibilidade a uma parcela importante da população, “mas, ver esta turma e seu progresso, é um prazer e uma honra”.

“Esta não é a primeira e nem será a última vez que o TJAP proporcionará o acesso a este tipo de formação, pois é uma iniciativa de necessidade constante e espero que numa das próximas turmas tenhamos o pessoal do nosso gabinete Militar, pois eles são a linha de frente do nosso atendimento nas recepções dos fóruns e unidades judiciais”, concluiu.

De acordo com o professor Rony Fernandes, que ministra o Curso de Libras oferecido pelo TJAP a servidores e colaboradores, a gravação em vídeo do Glossário de Termos Jurídicos tem como objetivo difundir as palavras técnicas referentes ao Poder Judiciário em Libras. “Vai dar oportunidade tanto para os ouvintes e servidores serem estimulados a aprender quanto para os surdos, que precisam entender quais alguns termos do jargão do Direito e do Poder Judiciário por não serem de uso comum”, explicou.

“Quando eles assistirem alguma audiência judicial ou algum evento no plenário onde há intérprete, todos vão entender o que eles realmente estão realizando, que tipo de palavra é essa e qual é o conceito dessa palavra até”, detalhou.

A gravação, além de ser um exercício prático e pretender divulgar os sinais e o próprio esforço realizado, também serve para avaliar os alunos, “principalmente na parte da datilologia (expressa letra a letra com sinais para cada letra do alfabeto), pois eles estão fazendo a datilologia e depois os sinais específicos para cada palavra – e estamos vendo que eles estão desempenhando um excelente trabalho no estudo dos sinais e nessa apresentação do glossário”, finalizou o professor.

O servidor Paulo Machado, lotado na Presidência do TJAP, avalia o curso como uma experiência maravilhosa. “É um aprendizado que nos propicia trabalhar melhor para o nosso Jurisdicionado, principalmente os surdos, e é dessa forma que devemos pensar para garantir que o cidadão tenha uma melhor qualidade no seu atendimento”, defendeu.

Longe de estar satisfeito com o que já sabe, Paulo explica que tem uma atitude de sempre procurar aprender mais. “Eu, em particular, gosto de sempre estar me desafiando, até porque precisamos sempre evoluir”, afirmou. “Recomendo o curso, tanto para os meus colegas como para a comunidade”, complementou.

Paulo inclusive não descarta repassar o aprendizado adiante. “Eu adoro a arte de ser professor, porque transforma as pessoas e espero ter essa chance”, concluiu o servidor.

Michel Fragoso, técnico judiciário que também é aluno da turma, explica que sua motivação para o curso vem desde criança. “Tenho um primo surdo e eu lembro que quando eu era criança eu não conseguia me comunicar direito com ele. Então isso ficou na minha mente até agora, quando tive a oportunidade de fazer esse curso de Libras no TJAP”, relatou.

Sobre seu progresso dentro do curso, Michel diz que sentiu muita evolução desde que começou. “Consigo treinar com meus colegas e já consigo entender bastante os sinais e percebo que, fazendo o curso, vou evoluir ainda mais e quem sabe até ficar fluente”, refletiu. “Recomendo o curso a quem tiver oportunidade”, acrescentou.

Jacilene Farias, aluna do curso, se sentiu motivada a participar da capacitação por já ter amigos que são surdos, mas que sempre teve dificuldade de se comunicar com eles. “Não era só a minha dificuldade, mas percebi também eu vi a dificuldade deles, que sentiam a necessidade de serem entendidos”, observou.

“Então, todas as oportunidades que eu tenho, onde esteja falando de libras, que eu possa participar, eu vou lá e me incluo”, explicou.

Para além do uso pessoal com os amigos, Jacilene pretende aplicar no atendimento ao público em sua atividade de empreendedorismo. “Sempre encontramos pessoas surdas no dia a dia, então quando conseguimos nos comunicar, mesmo que um pouquinho, isso para eles já tem um grande valor, pois se sentem valorizados – o padrão e se sentirem excluídos por nós, ouvintes, que em geral não sabemos não sabemos a língua deles”, lamentou.

Fonte: TJAP

Fonte: Portal CNJ – Agência CNJ de Notícias

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