“Poucos cidadãos brasileiros conhecem verdadeiramente o Judiciário, que ainda é visto como um Poder enigmático e distante”, afirmou o juiz Carlos Alexandre Böttcher, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e membro do Comitê do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (Proname) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele participou nessa terça-feira (11/5), de live no Instagram do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), que foi acompanhada ao vivo por uma média de 100 pessoas.
Böttcher explicou o papel do CNJ na Gestão da Memória e destacou que promover essa aproximação contribui com a cidadania e é um dos desafios dos Centros de Cultura e Memória dos tribunais do país. A conversa do juiz Böttcher com o juiz Claudemiro Avelino, curador do Centro de Cultura e Memória da Justiça alagoana, pode ser assistida na IGTV e fez parte das comemorações pelo Dia da Memória do Poder Judiciário, celebrado em 10 de maio.
Para Avelino, a transmissão ao vivo faz parte do esforço do Judiciário de Alagoas para proteger o patrimônio histórico. “Todo cidadão é parte integrante dos espaços dedicados à causa museológica, então a sociedade, não só os operadores do Direito, deve ter essa responsabilidade. O TJAL faz sua parte ao estruturar o tripé – que consiste no laboratório de recuperação de documentos antigos, o arquivo Judiciário e o próprio Centro de Cultura e Memória – necessário para essa preservação.”
As palestras foram abertas pelo desembargador Tutmés Airan, presidente da Comissão de Gestão de Memória e Gestão Documental, que alertou para a tarefa solitária que é cuidar da preservação da memória da sociedade. “A civilização, de modo geral, descuida desse dever. Os povos têm a sua identidade constituída pela história que construíram.”
Programação
A celebração do Dia da Memória do Poder Judiciário no TJAL foi marcada ainda pelos lançamentos do vídeo comemorativo e do site do Centro de Cultura e Memória, produzido com tecnologia inovadora que permite visitas virtuais com imagens em 360º. Houve ainda palestra, na qual o magistrado Claudemiro Avelino contou a história do Poder Judiciário de Alagoas.
A programação ganhou repercussão nacional no Portal do CNJ. Segundo Irina Costa, diretora do Centro, essa foi a primeira live com a participação do Memojus, rede articulada em prol da Memória do Poder Judiciário brasileiro. “Seguimos inovando e isso demonstra o compromisso da Justiça alagoana com a difusão de informações sobre a sua história.”
Celebrada desde o ano de 2020, por estabelecimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a data faz referência ao alvará de 10 de maio de 1808 de D. João VI, que criou a Casa da Suplicação do Brasil. A iniciativa foi implementada dois meses após a família real se estabelecer no Rio de Janeiro, onde chegou no dia 7 de março daquele ano, para fugir da ameaça de invasão por Napoleão Bonaparte e preservar a independência portuguesa.
Fonte: TJAL