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Ferramenta da Justiça do Trabalho gaúcha transcreve áudio em texto nas audiências

A partir desta quarta-feira (11/10), as audiências trabalhistas no Rio Grande do Sul contam com novo recurso de informática. Com o Escriba, ferramenta desenvolvida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), dispensa-se o trabalho de digitação. O sistema permite que o magistrado que conduz a audiência possa ditar o conteúdo das falas de partes e testemunhas diretamente para a ata, sem intermediação de digitador. A nova sistemática deve deixar as audiências mais céleres sem perda de conteúdo dos registros processuais.

O Escriba não substitui a opção de registro audiovisual da audiência, com depósito do arquivo de vídeo, mas propicia a soma das anotações escritas. As informações são mediadas pelo magistrado, repassando o resumo das falas dos depoentes. Para isso, o Escriba incorpora tecnologia para transcrição de áudio para texto (speech to text), com digitação por voz, a partir da síntese das informações que é ditada pelo magistrado.

Desenvolvimento

A criação do Escriba iniciou-se com a formação de um grupo de trabalho, constituído por magistrados, secretários de audiência e servidores da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicações (Setic). Integrado ao Laboratório de Inovação do TRT-4 (Linova), o grupo analisou opções disponíveis no mercado, mas avaliou que o desenvolvimento local propiciaria um instrumento melhor adaptado aos diversos requisitos definidos.

Após apresentação da versão de teste, o segundo passo foi a criação de um grupo piloto, constituído por magistrados e secretários de audiência. A partir disso, por um mês, houve intensos testes da nova ferramenta em cotidianos reais de depoimentos. Com os resultados dos ensaios, a ferramenta foi aperfeiçoada e, finalmente, disponibilizada para toda a jurisdição trabalhista do Rio Grande do Sul.

Veja como funciona o Escriba

Integração social

O Escriba também conta com duas importantes funções sociais. De um lado, evita a prática da digitação continuada, reduzindo riscos de lesões por esforço repetitivo. De outro, a ferramenta é inclusiva, permitindo plena acessibilidade a pessoas com deficiência. O Escriba garante tanto a leitura completa de depoimentos àqueles com deficiência auditiva quanto a oitiva das mesmas falas por pessoas com deficiência visual ou não alfabetizadas.

O TRT-4 é o primeiro Tribunal a utilizar o Escriba. Com sua plena certificação, a ferramenta também deverá ser disponibilizada aos demais Regionais Trabalhistas.

Grupo de trabalho

O Grupo de Trabalho do Escriba, firmado no âmbito do Laboratório de Inovação do TRT4 (LINOVA), teve os seguintes membros: juiz Rodrigo Trindade (coordenador), juíza Sheila Spode, servidores Cláudia Golbspan Zamel, André Farias, Alexandra Zucolotto, Alexandre da Costa Leite, Anderson Nascimento Miranda, João Adolfo Froede Lutz, Lúcia Gontarski Speranza, Luciano Petter, Luiz Fernando Estivalet, Paulo Mendes Ribeiro Júnior e Stéfano Drimon Kurz Mor.

 

Fonte: TRT4

Fonte: Portal CNJ – Agência CNJ de Notícias

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