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Uso de linguagem cidadã é tema de debate na Justiça Eleitoral de Pernambuco

Promover o uso de uma linguagem democrática, onde a transmissão das informações seja compreendida por todas as pessoas, independente de classe social, educação, idade, condições físicas ou gênero. A iniciativa foi debatida nessa segunda-feira (15/9) durante a mesa-redonda Linguagem Cidadã em Foco, promovida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

Ouvidora da Justiça eleitoral cearense e presidente do Colégio de Ouvidores da Justiça Eleitoral, a desembargadora Kamille Moreira Castro, antes de sua apresentação, usou a técnica de audiodescrição para explicar o ambiente em que estava, facilitando o entendimento das pessoas com deficiência visual. E teve o exemplo seguido por todas as demais participantes.

“O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco sempre foi uma referência em oferecer serviços públicos com dois tipos de linguagem, uma interna e uma outra para com o cidadão. Fico sempre feliz com a comunicação do Tribunal, que tem todos os encaminhamentos feitos dentro da formalidade necessária, mas que não deixa de ter uma linguagem fácil, sempre se fazendo ser entendido”, afirmou

Para a chefe da Seção de Produção Jornalística do tribunal eleitoral paranaense – considerado pioneiro no fomento ao uso da linguagem cidadã no Judiciário -, Melissa Diniz Medroni, a simplicidade e clareza são práticas necessárias. “Na prática, o conteúdo produzido tem que ser suficientemente claro para que qualquer pessoa encontre a informação, entenda essa informação e use essa informação para resolver a situação que precisa. Seja para emitir uma certidão, seja para tirar um documento. Vendo um vídeo uma vez, lendo o conteúdo uma vez, quando a linguagem é simples e objetiva, qualquer pessoa é capaz de encontrar, entender e fazer uso das informações disponíveis.”

A professora e colunista da Rádio CBN Recife, Fernanda Bérgamo, destacou a relevância do debate. “Estou muito feliz de, depois de três décadas de sala de aula, participar dessa discussão que busca uma comunicação com o objetivo principal de atingir o entendimento. Pensar um ambiente profissional como o judiciário, que geralmente tem um um vocabulário tão rico, mas com uma linguagem mais rebuscada, e trazer a discussão de que nós precisamos batalhar por uma comunicação com clareza, simplicidade e objetividade, é de extrema importância.”

Ela comenta que, se perguntar qual é a maior característica de uma boa comunicação, a maioria irá responder que é a correção, poucas pessoas comentariam sobre a clareza e alguns falariam sobre a objetividade. Mas, para ela, a melhor característica é a adequação. “Seremos os melhores comunicadores do mundo quando descobrirmos que, para sermos adequados, precisamos ter em mente três elementos da comunicação: 1) o ambiente; 2) o assunto; 3) o interlocutor. Quando mudamos um desses três elementos, precisamos mudar o nosso jeito de falar. Não falamos com o nosso filho da mesma forma com que falamos com um colega de trabalho.”

Para Fernanda, é necessário saber conciliar público e ambiente para o sucesso da comunicação. “Quando descobrimos que o melhor jeito de falar é o nosso, aquele que guarda o nosso perfil, as nossas particularidades, mas considerando qual é o ambiente dessa comunicação, o assunto que estamos falando e para quem estamos falando, nós seremos os melhores comunicadores do mundo.”

A ouvidora do TRE-PE, desembargadora Iasmina Rocha, lançou o desafio. “Vamos tentar nos empenhar em ter uma linguagem cidadã inclusiva, clara e simples. Só assim nós vamos conseguir ter uma verdadeira democracia.”

Fonte: TRE-PE

Fonte: Portal CNJ – Agência CNJ de Notícias

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